1º Domingo do Advento
Diác. Raimundo Bezerra Neto
Paróquia São Judas Tadeu
“Portanto, ficai atentos, porque não sabeis em que dia virá o Senhor.”
Evangelho (Mt 24,37-44)
“Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas.” Neste primeiro domingo do advento, a liturgia quer nos chamar a atenção para Jesus que virá, que vai nascer no seio da família, no seio da humanidade. Ele não será apenas sinal, mas será a própria salvação vinda de Deus.
É verdade que o povo de Deus vive com medo, inseguro. Tanto barulho que causa desconforto, que impede ouvirmos a voz de Deus. Mas tudo isso vai ser abalado e o povo de Deus viverá novos tempos. O Senhor Jesus virá das nuvens com grande poder e glória. É obvio que O Senhor Jesus já veio. Mas a liturgia quer despertar o povo de Deus para que se volte para o Senhorio de Jesus. Ele está no meio de nós, Ele já se entregou em resgate da humanidade presa a tantas coisinhas, cabisbaixa a tantos senhores e por isso, ainda estamos com muito medo. Ainda estamos presos aos sinais.
Deixemos O Sinal ser o que Ele de fato é, a intervenção de Deus na salvação dos povos, a inauguração de um novo tempo. Tempo de paz e prosperidade.
Que neste tempo do advento, possamos desejar um verdadeiro encontro, uma verdadeira entrega ao Senhor e total libertação a tudo que não é de Deus e que tem nos prendido, que tem nos deixado reféns e impedidos de viver a liberdade de filhos de Deus como de fato somos.
Nosso Senhor quer seu povo de cabeça erguida, mesmo em meio às tribulações, mas um povo que crê e que se lança na certeza que a libertação está próxima, Jesus é a verdadeira libertação.
No entanto não basta sermos livres, não basta a libertação acontecer, é necessário ficarmos atentos e rezar. A oração nos sustenta à frente das fraquezas, nos fortalece e nos deixa de pé frente ao Filho do Homem.
Nosso Senhor recomenda que nossos “corações não fiquem insensíveis”. De fato, este é um grande perigo além de causar uma grande enfermidade capaz de ferir a nós e ao nosso próximo. Um coração insensível não se abre para amar nem ser amado, deixando assim, incapaz de rezar.
Que o Senhor nos dê a graça de uma busca constante, de uma verdadeira abertura. Que neste advento possamos deixar o Senhor nascer em toda nossa vida, em toda nossa história, curando-nos e libertando-nos de tantas feridas causadas pelo fechamento de nossa parte, que as inúmeras vezes que nos distanciamos do Senhor, possam transformar em proximidades e assim passamos deixar O Senhor nascer em nossa vida. No dia em que nós nos abrirmos por inteiro ao Senhor, que verdadeiramente permitirmos que Ele nasça em nós, nunca mais seremos os mesmos. Nunca mais sofreremos a dor de estar longe Daquele que veio (vem) para salvar a humanidade!