Vigília Pascal marca o anúncio da Ressurreição de Jesus neste Sábado Santo
Neste Sábado Santo (30/03), a Igreja de todo o mundo se recolhe. É um dia voltado para o silêncio e para a oração, preparando-se para a grande Vigília Pascal que acontecerá à noite.
(Foto em destaque: Padre Robinson preside a Bênção do Fogo Novo, dando início à Vigília Pascal na Paróquia São Cristóvão, no Sábado Santo de 2023. / PASCOM PSC)
De acordo com Dom Orani Tempesta, Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro, “não é um silêncio de luto, pois acreditamos que o Senhor não está morto, Ele vive. Temos a certeza de que à noite celebraremos a ressurreição. Mas é um silêncio orante e de respeito, pois sabemos que nesse dia o Senhor desceu ao seio da terra.”
Veja abaixo o significado desse dia, uma proposta para reflexão pessoal e a programação das paróquias e comunidades de Itu.
Sábado Santo: significado
O Sábado Santo não é um dia vazio, em que “nada acontece”. Nem uma duplicação da Sexta-feira Santa. A grande lição é esta: Cristo está no sepulcro, desceu à mansão dos mortos, ao mais profundo que pode ir uma pessoa. O próprio Jesus está calado. Ele, que é Verbo, a Palavra, está calado. Depois de Seu último grito na cruz – “Por que me abandonaste?” –, Ele cala no sepulcro agora. Descanse: “tudo está consumado!”.
A liturgia deste dia tem várias peculiaridades. Confira:
Vigília Pascal – Durante o Sábado Santo, a Igreja permanece junto ao sepulcro do Senhor, meditando Sua Paixão e Morte, Sua descida à mansão dos mortos, esperando, na oração e no jejum, Sua Ressurreição. Todos os elementos especiais da vigília querem ressaltar o conteúdo fundamental da noite: a Páscoa do Senhor, Sua passagem da morte para a vida. A celebração acontece no sábado à noite. É uma vigília em honra ao Senhor, de maneira que os fiéis, seguindo a exortação do Evangelho (cf. Lc 12,35-36), tenham acesas as lâmpadas, como os que aguardam seu senhor chegar, para que, os encontre em vigília e os convide a sentar à sua mesa.
Bênção do fogo – Fora da Igreja, prepara-se a fogueira. Estando o povo reunido em volta dela, o sacerdote abençoa o fogo novo. Em seguida, o Círio Pascal é apresentado ao sacerdote. Com um estilete, o padre faz nele uma cruz, dizendo palavras sobre a eternidade de Cristo. Assim, ele expressa, com gestos e palavras, toda a doutrina do império de Cristo sobre o cosmos, exposta em São Paulo. Nada escapa da Redenção do Senhor, e tudo – homens, coisas e tempo – estão sob Sua potestade.
Procissão do Círio Pascal – As luzes da igreja devem permanecer apagadas. O diácono toma o Círio e o ergue, por algum tempo, proclamando: “Eis a luz de Cristo!”. Todos respondem: “Demos graças a Deus!”. Os fiéis acendem suas velas no fogo do Círio Pascal e entram na igreja. O Círio, que representa o Cristo Ressuscitado, a coluna de fogo e de luz que nos guia pelas trevas e nos indica o caminho à terra prometida, avança em procissão.
Proclamação da Páscoa – O povo permanece em pé com as velas acesas. O presidente da celebração incensa o Círio Pascal. Em seguida, a Páscoa é proclamada. Esse hino de louvor, em primeiro lugar, anuncia a todos a alegria da Páscoa, a alegria do Céu, da Terra, da Igreja, da assembleia dos cristãos. Essa alegria procede da vitória de Cristo sobre as trevas. Terminada a proclamação, apagam-se as velas.
Liturgia da Palavra – Nesta noite, a comunidade cristã se detém mais que o usual na proclamação da Palavra. As leituras da vigília têm uma coerência e um ritmo entre elas. A melhor chave é a que nos deu o próprio Cristo: “E começando por Moisés, percorrendo todos os profetas, explicava-lhes (aos discípulos de Emaús) o que dele se achava dito em todas as Escrituras” (Lc 24, 27).
Veja o significado de todos os dias da Semana Santa.
Para refletir
O Sábado Santo é a passagem misteriosa da morte para a Ressurreição; é o “descanso” do Senhor. As primeiras comunidades cristãs honravam a sepultura de Jesus, passando o Sábado Santo no descanso e na espera, na oração silenciosa e num rigoroso jejum. Nenhum alimento devia ser ingerido, a fim de não quebrar o jejum que antecedia a comunhão na noite de Páscoa.
Hoje, o jejum não é tão rigoroso, nem o silêncio tão absoluto, mas é um dia de serena e alegre espera. Nesse dia, a comunidade cristã abstém-se completamente da eucaristia, pois não há missa nem comunhão. O fato de não haver missa, expressa o significado verdadeiro do Sábado Santo. Vive-se hoje a sensação de grande vazio, que não é tanto o vazio da ausência, mas o vazio da espera; uma espera que logo será premiada com a presença do Senhor ressuscitado, embora ainda velado, pois só O veremos quando nos encontrarmos face a face com ele.
Veja as reflexões para cada dia da Semana Santa.
Programação – Sábado Santo – 30/03 (neste link)