Papa Francisco: “a ingratidão gera violência, um simples ‘obrigado’ pode trazer paz”

A ingratidão gera violência, tira a nossa paz e nos faz sentir e falar gritando, sem paz, enquanto um simples ‘obrigado’ pode trazer paz!
Foi o que disse o Papa Francisco no Angelus deste domingo (08/10), 27º do Tempo Comum, comentando o trecho do Evangelho que ele chamou de “uma parábola dramática, com um epílogo triste”: o de um proprietário de uma vinha que a confia a agricultores, e esses, na época da colheita, quando o proprietário por primeiro envia seus servos e depois seu filho para recolher a colheita, maltrata-os e mata-os. “E de agricultores tornam-se assassinos”, observa o Pontífice, segundo o qual “na raiz dos conflitos há sempre alguma ingratidão, e pensamentos gananciosos.”
Com esta parábola, Jesus recorda-nos o que acontece quando o homem se ilude pensando que pode se fazer por si mesmo e esquece a gratidão, esquece a realidade fundamental da vida: que o bem vem da graça de Deus, do seu dom gratuito.
“Quando esquecemos isto, a gratuidade de Deus – sublinhou Francisco -, acaba-se vivendo a própria condição e o próprio limite não mais com a alegria de se sentir amado e salvo, mas com a triste ilusão de não precisar nem de amor nem de salvação.” “Sim, deixa de ser amado e se encontra prisioneiro da própria ganância, da necessidade de ter algo mais do que os outros, de querer ser mais do que os outros”, acrescentou.
Para o Papa, “daqui provêm muitas insatisfações e recriminações, muitas incompreensões, muitas invejas; e levados pelo rancor, se pode cair no redemoinho da violência”.
Perguntemo-nos então: tenho consciência de ter recebido como dom a vida e a fé, e de ser eu mesmo, um dom de Deus? Eu acredito que tudo começa com graça do Senhor? Entendo que sou um beneficiário sem mérito, amado e salvo gratuitamente? E sobretudo, em resposta à graça, sei dizer ‘obrigado’?
E o Papa Francisco enfatizou em seguida: “As três palavras que são o segredo da convivência humana: obrigado, com licença, perdão. Eu sei como dizer essas três palavras? Obrigado, com licença, perdão, desculpe. Eu sei como pronunciar essas três palavras? São três palavras pequenas, esperada todos os dias por Deus e pelos irmãos. Perguntemo-nos se estas pequenas palavras ‘obrigado’, ‘com licença’, ‘perdão’ estão presentes em nossas vidas.”
(Fonte: Vatican News)