2º Domingo do Advento – Leituras Iniciais
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Coluna organizada por Nilo Pereira, segundo a exegese do Pe. Fernando Armellini, scj

1ª Leitura (Isaías 11,1-10)

Na segunda parte da leitura de hoje (vers.6-9) Isaías nos faz sonhar, descreve uma sociedade que parece um paraíso.

A harmonia não é só reconstruída em nível dos animais, mas também entre Deus e o homem e entre “todos” os homens; não há ninguém que pratique maldade, o pobre e o fraco deixaram de sofrer injustiças, todos se deixam conduzir por sentimentos de amor.

A esta altura, surge espontaneamente uma pergunta: “quando se cumprirá esta profecia?” A resposta está na primeira parte da leitura (vers.1-5).

Com a imagem de uma árvore, nos é apresentada a família de Davi. Esse grande rei, que viveu mil anos antes do nascimento de Jesus, era filho de um homem de Belém chamado Jessé. Deus prometeu a essa família um reino eterno. Por causa das incontáveis infidelidades, porém, um dia será obrigado a cortar esta árvore; de sua raiz, porém, brotará um rebento novo, um grande rei, repleto da força do Senhor.

A promessa, que jamais havia se realizado até o nascimento de Jesus, é para nós uma mensagem de esperança, pois mesmo após o nascimento de Cristo, bem o sabemos, os fortes continuam oprimindo os fracos, os direitos humanos são negados a muitas pessoas e a discórdia, o ódio e a violência estão ainda presentes no mundo.

Se não tivermos a coragem de renunciar ao nosso egoísmo, que ainda nos impulsiona a um comportamento de leões, leopardos e serpentes em relação aos outros, se não aceitarmos as mudanças no nosso coração, Jesus não poderá chegar, seu Reino não poderá se estabelecer, nunca será Natal na nossa família, na nossa comunidade, em nosso país, no mundo.

 

2ª Leitura (Romanos 15,4-9)

Paulo estava preocupado com as tensões que havia dentro das comunidades de Roma, entre dois grupos de cristãos.

O grupo menos numeroso chamado de “fracos” estava muito amarrado a uma religião do tipo tradicional, praticava a mortificação, se abstinha até dos prazeres lícitos, observava inúmeras prescrições. O outro grupo chamado “dos fortes” não se preocupava com as minúcias e sustentava que não se devia voltar a práticas ritualísticas da lei antiga: a fidelidade a Cristo era suficiente.

Os dois grupos se insultavam mutuamente, os fracos ”julgavam” os fortes dizendo que eram relaxados, e estes “desprezavam” os fortes taxando-os de tradicionalistas e obtusos mentais (não se verifica algo semelhante também em nossos dias, nas nossas comunidades?)

Paulo aconselha a todos a caridade, o amor, o respeito recíproco e utiliza o argumento decisivo: o exemplo do Senhor Jesus, que não procurou agradar a si mesmo mas se colocou a serviço dos outros.

As comunidades cristãs do mundo de hoje, compostas por personagens pertencentes a povos, etnias, tribos diferentes, ainda que dentro da diversidade de opiniões e de comportamentos, deverão sempre se constituir lugar de diálogo, encontro e respeito recíprocos.