Perguntando ao Papa (6) – Migração e reforma da Igreja
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O longa-metragem “Amém: Perguntando ao Papa”, lançado no último dia 5 de abril, apresenta uma conversa entre o Pontífice e 10 jovens – quase todos distantes da Igreja – que o questionam sobre as principais preocupações de sua geração em relação às posições da Igreja. O documentário está disponível na plataforma de streaming Star+. O jornal “A Federação” publica, a cada edição, os trechos mais significativos.

Migração e reforma da Igreja

Medha, uma menina nascida nos Estados Unidos, cujos pais deixaram a Índia em busca de um futuro melhor para sua família, toma a palavra e dá um testemunho em sintonia com o de Khadim, um jovem senegalês muçulmano radicado na Espanha. Ambos testemunham o racismo de que foram vítimas por virem de longe.

Assim, a conversa se volta ao drama global da migração e o Papa aproveita a oportunidade para denunciar tanto a exploração das pessoas nos países de partida como a falta de moralidade daqueles que não os acolhem. “Isto acontece hoje, acontece nas fronteiras da Europa, e às vezes com a cumplicidade de algumas autoridades que os enviam de volta. Há países na Europa, não quero nomeá-los para não criar um caso diplomático, que têm pequenas cidades ou aldeias quase vazias, países onde há apenas vinte pessoas idosas e campos não cultivados. E estes países, que estão passando por um inverno demográfico, nem sequer recebem migrantes”, disse Francisco.

Segundo o Santo Padre, por trás de tudo isso está uma consciência social colonialista que favorece a exploração e uma cultura de escravidão ocultada pelas políticas migratórias que não procuram acolher, acompanhar, promover ou mesmo integrar o migrante. Mas os jovens apontam para o Papa que a Igreja colaborou e fez uso deste colonialismo no passado. E ele responde que, embora tenha vergonha disso, é preciso sempre aceitar a própria história, e que esse critério lhe permitiu purificar o Vaticano da mundanização espiritual que às vezes encontrou, mas que continua a infiltrar-se. “A reforma da Igreja deve começar de dentro, e a Igreja deve ser sempre reformada, sempre, porque à medida que as culturas progridem, as exigências mudam”.

(Fonte: Vatican News)

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