1º Domingo do Advento
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Coluna organizada por Nilo Pereira, segundo a exegese do Pe. Fernando Armellini, scj

Leituras iniciais do Primeiro Domingo do Advento
 
1ª Leitura (Isaias 2,1-5)
Isaías pronunciou esta profecia quando os reis vizinhos do Reino de Judá se aliaram e estão para começar uma grande guerra. Todos, desde o Rei Acaz até o último cidadão tremem de medo.
O profeta, ao invés, mantém a calma e, em nome de Deus, anuncia um futuro maravilhoso: a capital Jerusalém não será destruída como se transformará no centro do mundo; dela nascerá a paz que alcançará todas as nações e povos.
Mas como pode Isaías pensar uma coisa dessas? Talvez esteja sonhando ou doido. No entanto, está muito lúcido e promete três coisas:
1. A montanha sobre a qual está construída Jerusalém. . . (vers.2). Não significa que o monte Sião se elevará materialmente, mas que a cidade santa se tornará o centro para o qual os homens do mundo inteiro voltarão seus olhares, seus sonhos, suas esperanças.
2. Todos os povos tomarão o caminho de Jerusalém? (vers.3). Ao templo do Senhor, todos os anos os israelitas se dirigem para oferecer sacrifícios e cumprir promessas. Isaías contempla uma grande procissão em direção a Jerusalém, formada por pessoas de todos povos e nações.
3. A terceira promessa é a mais bela: descreve a paz universal, fruto da justiça e da prática da palavra de Deus. 
Os cristãos perceberam a realização desta profecia de Isaías na pessoa de Jesus. A hora de sua chegada ao mundo – diziam – marca o início desta era de paz universal. Mas é verdade?
Os “últimos tempos” (vers.2), já começaram, assim como as suas promessas, no dia do nascimento de Jesus. As guerras, as injustiças, a fome, a nudez, as doenças estão fadadas a desaparecer, tanto mais depressa quanto mais decididamente os homens se voltarem para Cristo, quanto mais se deixarem iluminar pela sua palavra, quanto mais se dispuserem a deixa-Lo entrar em suas vidas.
   
2ª Leitura (Romanos 13,11-14ª)  
Para descrever a vida dos cristãos, Paulo diz que, antes do Batismo, eles caminhavam nas trevas da noite e faziam aquelas obras das quais a gente se envergonha quando feitas à luz do dia: bebedeiras, danças imorais, furtos, adultérios. . . Após o Batismo eles abandonaram essas obras, entraram no reino da luz, jogaram fora a roupa velha e vestiam uma roupa nova: Cristo.
Em verdade o cristão deve comportar-se de tal forma que, quem o observa, possa ver nele as obras, o olhar, as palavras e o sorriso do Mestre: a pessoa de Jesus deveria de fato, envolve-lo como um manto.
Paulo, todavia, constata que as trevas, mesmo entre os cristãos, de forma alguma desapareceram. Reconhece que a noite ainda envolve o mundo: continuam as guerras, as vinganças, as invejas. . . mas ele não se deixa levar pelo desânimo, como acontece conosco com frequência. 
Que otimismo mostra Paulo quando ainda não tinham decorrido trinta anos do cristianismo! Como poderíamos nós, nos dias de hoje, mostrar-nos tão pessimistas a ponto de enxergar apenas trevas ao nosso redor? Se abrirmos melhor nossos olhos, descobriremos também os sinais luminosos de um mundo novo. . . que já começou.