A história dos Jubileus
Padre Jean Carlo dos Santos Cambuim
Vigário da Paróquia São Sebastião, em Itupeva
Queridos irmãos e irmãs da nossa amada Diocese de Jundiaí!
Preparando-nos para o grande Jubileu do ano de 2025, convocado pelo Papa Francisco com o tema ‘Peregrinos de Esperança’, vamos meditar sobre a origem do Jubileu e a sua história na Sagrada Escritura.
O Jubileu possui uma origem no Antigo Testamento quando, no capítulo 25 do livro do Levítico, Deus ordena a Moisés que proclame um Ano Jubilar, um ano em que toda a comunidade dos filhos de Israel poderia restabelecer suas relações de paz, de concórdia, de harmonia entre si, com a Criação, com aqueles que se encontravam a serviço – os escravos, que eram libertos – , as dívidas eram perdoadas.
Enfim, o Ano Jubilar para o povo de Israel era convocado a cada 50 anos, de acordo com os versículos de 8 a 13 do mesmo capítulo 25 do Levítico, em que o povo de Israel aproveitava este tempo para dedicar-se ainda mais ao Senhor, para dedicar o seu tempo à oração, à comunhão com Deus e à comunhão entre o povo.
Também o profeta Isaías, no capítulo 61, fala sobre o Ano da Graça do Senhor, a passagem a que Jesus se refere na sinagoga em Nazaré, no capítulo 4 do Evangelho de São Lucas, quando Jesus diz que o Espírito do senhor está sobre Ele e Ele foi ungido e consagrado para anunciar a libertação aos cativos, o Evangelho aos pobres e o Ano da Graça do Senhor.
A tradição de se celebrar os jubileus passou do Judaísmo para o Cristianismo com o Papa Bonifácio VIII, que proclamou o primeiro jubileu no ano 1300. No início os jubileus eram celebrados a cada 100 anos, depois a cada 50 anos, até que o Papa Clemente VI, em 1470, definiu a periodicidade atual dos jubileus, a serem celebrados a cada 25 anos, tal como os conhecemos hoje.
Como os Jubileus Ordinários que, em determinadas ocasiões, assumem uma característica especial, como foi o grande Jubileu do ano 2000 em que celebramos os dois mil anos da Encarnação de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Também existem os Jubileus Extraordinários, como houve em 1933 o Jubileu da Redenção, convocado pelo Papa Pio XII, ou também o Jubileu da Misericórdia, convocado pelo Papa Francisco em 2015.
Possamos, irmãos e irmãs, com muita alegria, celebrar este Jubileu da Esperança do qual nós nos aproximamos, como uma oportunidade para vivenciar cada vez mais a nossa fé em Deus, vivendo de maneira alegre esta expectativa pela vinda do Senhor, pela vinda do seu Reino, pelo estabelecimento do Reino de Deus em nossos corações, vivendo a fé, a esperança, a caridade, gerando comunhão entre nós, entre os irmãos, vivendo com muita intensidade este período de oração de maneira particular na Sagrada Liturgia, na qual nós nos tornamos portadores desta esperança, que o Senhor derrama sobre os nossos corações.
(texto transcrito de vídeo publicado pelo Setor de Comunicação da Diocese de Jundiaí, sobre o Jubileu 2025; disponível no canal da diocese no YouTube )