Papa Francisco: a felicidade está no encontro vivo com Jesus, não no prazer e no poder
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Neste Domingo da Divina Misericórdia (07/04), o Papa rezou com os fiéis na Praça São Pedro a oração do Regina Caeli e comentou o Evangelho proposto pela liturgia (cfr Jo 20,19-31), em que Jesus ressuscitado aparece aos discípulos. Francisco se deteve no último versículo que diz que crendo em Jesus, podemos ter a vida em seu nome.

Existem várias maneiras de ter a vida, afirmou o Papa. Há quem reduza a existência a uma corrida frenética para gozar e possuir tantas coisas: comer e beber, divertir-se, acumular dinheiro e posses. É um caminho que, à primeira vista, parece prazeroso, mas não sacia o coração. Mas não é assim que se “tem a vida”, porque seguindo os caminhos do prazer e do poder não se encontra a felicidade. Com efeito, permanecem sem resposta muitos aspectos da existência, como, por exemplo, o amor, as experiências inevitáveis da dor, do limite e da morte.

Como vai a minha esperança?

O Pontífice convidou a observar como agem os discípulos no Evangelho. Depois dos dias da paixão, estão fechados no Cenáculo, assustados e desencorajados. O Ressuscitado vai ao encontro deles e como primeiro gesto mostra as suas chagas: os sinais do sofrimento e da dor se tornam com Jesus os canais da misericórdia e do perdão. Assim, os discípulos compreendem que, com Jesus, a vida vence e a morte e o pecado foram derrotados. E recebem o dom do seu Espírito, que dá a eles uma vida nova, de filhos amados, repleta de alegria, amor e esperança.

Eu lhes pergunto: vocês têm esperança? Cada um se pergunte: Como vai a minha esperança?

Eis então como fazer todos os dias para “ter a vida”: basta fixar o olhar em Jesus crucificado e ressuscitado, encontrá-Lo nos Sacramentos e na oração, reconhecê-Lo presente, acreditar Nele, deixar-se tocar pela sua graça e guiar pelo seu exemplo, experimentar a alegria de amar como Ele.

Todo encontro com Jesus, um encontro vivo com Jesus, nos permite ter mais vida. Buscar Jesus, deixar-se encontrar, porque Ele nos procura, abrir o coração ao encontro com Jesus.

Por fim, os questionamentos propostos por Francisco: “Eu acredito na potência da ressurreição de Jesus, acredito que Jesus ressuscitou? Acredito na sua vitória sobre o pecado, sobre o medo e sobre a morte?”.

“Que Maria nos ajude a ter uma fé sempre maior em Jesus ressuscitado para ‘ter a vida’ e difundir a alegria da Páscoa”, concluiu Francisco.

Que não falte a nossa oração pela paz

Ao final da oração do Regina Caeli, o Papa não deixou de pedir ao fiéis que persistam na oração pelo fim de todos os conflitos. De modo especial, Francisco se dirigiu aos líderes governamentais, para que empreendam o corajoso gesto do diálogo.
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Que não falte a nossa oração pela paz, uma paz justa e duradoura, em especial pela martirizada Ucrânia e pela Palestina e Israel. Que o Espírito do Senhor ressuscitado ilumine e ampare quem trabalha para diminuir a tensão e favorecer gestos que tornem possíveis as negociações. Que o Senhor dê aos dirigentes a capacidade de pararem um pouco para mediar, para negociar.

Ainda em suas saudações, o Pontífice rezou pelas pessoas que morreram num acidente de ônibus na África do Sul alguns dias atrás: “Rezemos por elas e pelos familiares”. No dia 28 de março, um ônibus que transportava peregrinos cristãos, vindo de Botsuana em direção à cidade sul-africana de Moria para uma celebração de Páscoa, caiu em um barranco na província de Limpopo, ao norte, a cerca de 400 km de Johanesburgo, causando a morte de 45 pessoas. Apenas uma menina de oito anos foi salva e está fora de perigo.

Francisco recordou também o Dia Internacional do Esporte para o Desenvolvimento e a Paz, celebrado em 6 de abril. “Todos sabemos quanto praticar um esporte possa educar a uma sociedade aberta, solidária, sem preconceitos. Mas para isso, são necessários dirigentes e formadores que não apostem somente na vitória e no lucro. Promovamos um esporte que favoreça a amizade social e a fraternidade!”

Por fim, o Pontífice dirigiu uma saudação especial aos grupos de oração que cultivam a espiritualidade da Divina Misericórdia e que se reuniram no Santuário de Santo Espírito “in Sassia”, a poucos metros da Praça São Pedro.

(Fonte: Vatican News)