Solenidade de Todos os Santos
Leitura inicial da Solenidade de Todos os Santos
1ª Leitura (Apocalipse 7,2-4.9-14)
1.Quem são os Santos?
Consideremos como Paulo inicia algumas de suas cartas: “A todos os santos (Filipenses 1,1 – Efésios 1,1 – Colossenses 1,2 – Romanos 1,7) queridos de Deus”.
O apóstolo não escreve para pessoas que se encontram entre os anjos do céu, mas a pessoas concretas que vivem sobre esta terra: santo, portanto, é todo o discípulo, quer esteja ele já com Cristo no céu, quer ainda viva na face da terra.
2. O céu sim, mas, os dramas desta terra?
Quantas dores, quantas tribulações, quantas amarguras na vida do homem! Quando vemos tantos inocentes sofrendo, continuando vítimas de violências, de traições, de enganos, procuramos desesperadamente conhecer a razão e não a encontramos.
O livro que contém a resposta às nossas angustiantes perguntas, não ficará fechado para sempre, o Cordeiro abrirá o livro e quebrará um a um os seus sete selos (vers.2), isto é, revelará os mistérios da nossa existência.
3. Jesus revela o mistério
Cento e quarenta e quaro mil é um número simbólico e indica a totalidade da comunidade cristã da época. Não são privilegiados, não foram poupados das provações, das vicissitudes, das desventuras desta vida. Eles são, porém, colocados em uma nova condição: santa, pertencem a Deus.
4. Nascidos para a vida definitiva
Uma multidão imensa, gente de todos os povos e nações, revestidos de veste branca e têm palmas na mão. A veste branca é o símbolo da alegria e da inocência, as palmas são o sinal da vitória. São os que, neste mundo, doaram a sua vida pelos irmãos, como fez o Cordeiro. Os homens os consideram derrotados, mas para Deus são vencedores (vers.14).
5. O último êxodo
A visão do céu dá finalmente um sentido à nossa existência: não estamos caminhando neste mundo sem destino, não corremos sem meta de chegada, não nos agitamos sem objetivo. À luz do céu compreendemos: a nossa vida não é uma sucessão de saídas e entradas, guiadas por um destino cego, mas pelo amor de um Pai.
2ª Leitura (1João 3,1-3)
A vida de Deus que o cristão recebe no batismo, é uma realidade espiritual, misteriosa. Falando com Nicodemos, Jesus comparou-a com o vento, que não se sabe de onde vem, nem para onde vai. Ela existe, notam-se os sinais que manifestam sua presença, mas não se pode vê-la com os olhos.
O primeiro versículo da leitura diz, acima de tudo, que a vida divina é um dom gratuito de Deus. Essa realidade é incompatível com a maneira de pensar e viver de quem se encontra nas trevas, por isso os adversários de Jesus não foram capazes de reconhecer que nele existia essa vida e, ainda hoje os ímpios não sabem descobrir a presença de Cristo nos seus discípulos.
A segunda parte da leitura (vers.2-3) recorda uma verdade consoladora: o Pai não aguarda o dia da nossa morte para nos dar essa vida, ele a dá hoje.