Papa Francisco: “o sinal da cruz é o abraço de Deus que jamais nos abandona”
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O Papa rezou o Angelus com milhares de fiéis na Praça São Pedro neste domingo (04/06), em que a Igreja celebra a Solenidade da Santíssima Trindade.

O Evangelho é extraído do diálogo de Jesus com Nicodemos, membro do Sinédrio. Apaixonado pelo mistério de Deus, Nicodemos reconhece em Jesus um mestre divino e, sem que o vejam, vai falar com Ele. Jesus o ouve e lhe revela o coração do mistério, dizendo que Deus amou tão profundamente a humanidade a ponto de enviar o seu Filho ao mundo. Jesus, portanto, o Filho, nos fala do Pai e do seu amor imenso.

Francisco ressaltou a relação familiar de Pai e Filho.

É uma imagem familiar que, se pensarmos, desequilibra o nosso imaginário sobre Deus. A própria palavra ‘Deus’, com efeito, nos sugere uma realidade singular, majestosa e distante, enquanto ouvir falar de um Pai e de um Filho nos leva de volta para casa.

Para o Pontífice, podemos pensar Deus através da imagem de uma família reunida à mesa, onde se compartilha a vida, já que a mesa é ao mesmo tempo um altar, símbolo com o qual alguns ícones representam a Trindade.

Mas não é somente uma imagem, é uma realidade! É realidade porque o Espírito Santo nos faz degustar a presença de Deus: presença próxima, compassiva e terna. O Espírito Santo faz conosco o mesmo que Jesus faz com Nicodemos: nos introduz no mistério do novo nascimento, nos revela o coração do Pai e nos torna partícipes da própria vida de Deus.

Sinal da cruz: abraço de amor

O convite, portanto, explicou o Papa, é estar à mesa com Deus para compartilhar o seu amor. Isto é o que acontece em cada Missa, no altar do banquete eucarístico, onde Jesus se oferece ao Pai e se oferece por nós.

Sim, irmãos e irmãs, o nosso Deus é comunhão de amor: assim Jesus nos revelou. E sabem como podemos fazer para recordá-lo? Com o gesto mais simples que aprendemos desde crianças: o sinal da cruz. Traçando a cruz sobre o nosso corpo nos recordamos quanto Deus nos amou, a ponto de dar a vida por nós; e repetimos a nós mesmos que o seu amor nos envolve completamente, de cima a baixo, da esquerda à direita, como um abraço que jamais nos abandona. E, ao mesmo tempo, nos comprometemos a testemunhar Deus-amor, criando comunhão em seu nome.

Amar de modo familiar

Antes de concluir, Francisco propôs algumas perguntas aos fiéis: Testemunhamos Deus-amor? Ou Deus-amor se tornou, por sua vez, um conceito, algo já conhecido, que não estimula e não provoca mais a vida? Se Deus é amor, as nossas comunidades o testemunham? Sabem amar? São famílias? Mantemos a porta sempre aberta, sabemos acolher a todos, ressalto todos, como irmãos e irmãs? Oferecemos a todos o alimento do perdão de Deus e o vinho da alegria evangélica? Respira-se uma atmosfera doméstica ou parecemos mais um escritório ou um lugar reservado onde entram somente os eleitos?

“Que Maria nos ajude a viver a Igreja como aquela casa em que se ama de modo familiar, a glória de Deus Pai e Filho e Espírito Santo”, foi a exortação final do Pontífice.

A oração  pelas vítimas das guerras e de acidente na Índia

Após rezar o Angelus, o Papa Francisco voltou a expressar sua proximidade às vítimas do acidente ferroviário ocorrido na Índia, na noite da última sexta-feira (02/06):

Asseguro a minha oração pelas numerosas vítimas do acidente ferroviário ocorrido há dois dias na Índia. Estou próximo dos feridos e de suas famílias. Que o Pai Celestial acolhe as almas dos falecidos em seu reino.

Em telegrama enviado ao núncio apostólico na Índia ainda no sábado, o Santo Padre havia manifestado seu pesar pela “enorme perda de vidas humanas” no acidente, assegurando sua oração pela alma dos mortos, bem como pelos familiares das vítimas e pelas equipes de socorro.

Ao saudar de forma especial os representantes dos Carabinieri presentes na Praça São Pedro – a quem agradeceu pela “proximidade cotidiana junto à população” -, Francisco pediu que sua padroeira, a Virgo Fidelis, “proteja vocês e suas famílias”, estendendo o pedido às vítimas das guerras:

A Ela, Mãe solícita, confio as populações provadas pelo flagelo da guerra, especialmente a querida e martirizada Ucrânia.

(Fonte: Vatican News)