Papa Francisco: “o Espírito Santo nos liberta do medo”
Na alocução que precedeu a oração mariana do Regina Caeli deste domingo (28/05), Solenidade de Pentecostes, o Papa Francisco destacou que o Evangelho do dia nos leva ao cenáculo, onde os apóstolos se refugiaram após a morte de Jesus (Jo 20,19-23), num contexto de medo e angústia. Ao soprar sobre eles o Espírito Santo, Cristo os liberta desse “fechamento” em casa e em si mesmos, para que fossem capazes de sair e se tornar testemunhas e anunciadores do Evangelho.
Quantas vezes nós também nos fechamos em nós mesmos? Quantas vezes, por alguma situação difícil, por algum problema pessoal ou familiar, pelo sofrimento que nos marca ou pelo mal que respiramos ao nosso redor, corremos o risco de cair lentamente na perda de esperança e nos falta a coragem para continuar? Muitas vezes isso acontece. E, então, como os apóstolos, nos fechamos, nos escondendo no labirinto das preocupações.
Os falsos medos que paralisam
Esse “fechamento”, continua o Papa, acontece quando “permitimos que o medo assuma o controle e ‘grite’ dentro de nós” quando situações difíceis se apresentam. Mas não só:
Irmãos, irmãs, o medo bloqueia, paralisa. E também isola: pensemos no medo do outro, de quem é estrangeiro, de quem é diferente, de quem pensa de outra forma. E pode até ser medo de Deus: medo que me castigue, que fique zangado comigo… Se damos espaço a esses falsos medos, as portas se fecham: portas do coração, as portas da sociedade e até mesmo as portas da Igreja! Onde há medo, há fechamento. E isso não é bom.
O Espírito liberta das prisões do medo
O remédio, confirma novamente Francisco através da imagem dos apóstolos, cheios do Espírito Santo, que saem pelo mundo para perdoar os pecados e anunciar o Evangelho, vem do Ressuscitado: “o Espírito Santo liberta das prisões do medo”.
Porque é isso que o Espírito faz: nos faz sentir a proximidade de Deus e, assim, o seu amor afasta o medo, ilumina o caminho, consola, sustenta na adversidade. […] Diante dos medos e dos fechamentos, então, invoquemos o Espírito Santo por nós, pela Igreja e pelo mundo inteiro: para que um novo Pentecostes afaste os medos que nos assaltam – afaste os medos que nos assaltam! – e reacenda o fogo do amor de Deus.
Apelo à solidariedade por Mianmar e Bangladesh; e um pedido de orações pelo Sínodo
Após a oração mariana do Regina Caeli, o Papa Francisco fez um apelo em favor das vítimas do ciclone Mocha que atingiu dois países em 14 de maio, deixando um rastro de destruição e morte:
Convido a rezar pelas populações que vivem na fronteira entre Mianmar e Bangladesh, duramente atingidas por um ciclone: mais de 800 mil pessoas, além dos muitos Rohingya que já estão vivendo em condições precárias. Enquanto renovo minha proximidade a essas populações, me dirijo aos líderes para que facilitem o acesso da ajuda humanitária, e faço um apelo à solidariedade humana e eclesial para ajudar esses nossos irmãos e irmãs.
O Papa também pediu uma oração a Maria para acompanhar a primeira etapa da Assembleia Ordinária do Sínodo dos Bispos, programada de 4 a 29 de outubro no Vaticano, com o tema “Por uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão”:
Na próxima quarta-feira, no final do mês de maio, estão previstos momentos de oração em santuários marianos em todo o mundo para apoiar os preparativos para a próxima Assembleia Ordinária do Sínodo dos Bispos. Pedimos a Virgem Maria que acompanhe essa importante etapa do Sínodo com a sua proteção maternal. E a Ela confiamos também o desejo de paz de tantos povos ao redor do mundo, especialmente da martirizada Ucrânia.
(Fonte: Vatican News)