Natal: tempo de encontro
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É tempo de mudar o olhar. É tempo de encontro. O Natal também é encontro. Encontros que nos tiram da nossa pobreza humana e nos levam a Deus. Somos chamados a ser sinal visível da alegria de Jesus, que nasce a cada ano em nossa história de seres humanos. Por isso, hoje, as famílias reúnem-se para festejar. Embora, às vezes, exageremos nas comidas e enfeites. Mas há um desejo de encontrar, de reunir a família para agradecer e celebrar a vida.

Reúnem-se, muitas vezes, em torno do símbolo do Natal, o Presépio. Montar o Presépio também é momento de encontro. Momento de fazer memória dos encontros iniciais desse mistério de amor. Lá, ao contemplarmos a cena da manjedoura, colocamo-nos e conhecemos quem somos. O Presépio nos mostra a necessidade da comunidade para crescermos como irmãos e irmãs.

Uma das formas de fazer memória desse mistério é celebrarmos juntos como comunidade de irmãos e irmãs em Cristo. A Encarnação do Filho de Deus na humanidade resgata-nos a viver uma vida inteira de doação ao outro.

A própria celebração de Natal é um momento de encontro. As pessoas reúnem-se em torno de um Mistério, louvam, renovam-se como Filhos de Deus. Nascemos para o encontro. A partir daí, a cada ano, celebramos o encontro da vida de Deus e a nossa vida humana.

Então, como estender esses sentimentos de paz, de unidade, de humanidade, de coragem e de esperança para perdurarem ao longo do ano? Como fazer com que vivamos esse Mistério de amor na vida cotidiana? Mudar o olhar e as atitudes. Deveríamos sempre estar alegres, pois Cristo está sempre conosco e impulsiona-nos a viver no Amor e para o Amor.

A esperança deve ser nosso olhar permanente. A alegria deve ser nosso compromisso cotidiano. Assim como diz o Papa Francisco, na sua Carta sobre o Presépio: “Cada um de nós torna-se portador da Boa-Nova para as pessoas que encontra, testemunhando a alegria de ter conhecido Jesus e o seu amor; e fá-lo com ações concretas de misericórdia.”

Assim, creio que nossas atitudes de cristãos, no mundo de hoje, seriam estarmos com olhar na cena bíblica da Encarnação e testemunhar com alegria o Cristo que nasceu na simplicidade. Anunciar a vida que pulsa. Denunciar tudo o que nos distancia do Amor e gera desencontro.

Não perder olhar do Mistério. “O nosso olhar se dirige a Jesus, o nosso olhar se mantém no Senhor”. Esse deve ser o mantra que não nos abandona e, assim, não nos esquecermos do Natal até o próximo encontro de Natal.

(texto de Cláudio Cassimiro; fonte: www.jesuitasbrasil.org.br )