Em celebração presidida pelo arcebispo Emérito de Aparecida (SP), cardeal Raymundo Damasceno Assis, a cerimônia foi concelebrada pelo arcebispo de Mariana, dom Airton José dos Santos, pelo arcebispo emérito de Mariana, dom Geraldo Lyrio Rocha, e pelo bispo de Divinópolis (MG) e presidente do regional Leste 2 da CNBB, dom José Carlos de Souza Campos.
A celebração contou ainda com a presença de padres, diáconos, seminaristas, religiosos, fiéis, leigos e leigas de todo o Brasil. Ainda, o Postulador da Causa de Beatificação de Isabel Cristina, Dr. Paolo Vilotta.
Tendo o rito iniciado após o ato penitencial, os fiéis ouviram de Paolo Vilotta os dados biográficos da beata Isabel Cristina, seguida da leitura da Carta Apostólica, feita em latim pelo cardeal Raymundo e em português pelo monsenhor Danival Milagres, com a qual o Sumo Pontífice inscreveu entre os beatos, a Venerável Serva de Deus Isabel Cristina Mrad Campos como beata.
O documento institui que a beata Isabel Cristina possa ser celebrada liturgicamente em 1º de setembro, data em que ela sofreu o martírio e nasceu para o céu.
Ao canto do Aleluia, leigos e religiosos presenciaram com júbilo o descerramento da imagem da nova beata e prestigiaram a entrada, em procissão solene, da relíquia da Mártir e beata da Igreja feita pelo irmão de Isabel Cristina, Paulo Roberto Mrad Campos, acompanhado por sua esposa e filhas. Esse momento também foi marcado pela presença de 20 jovens que traziam consigo rosas vermelhas e brancas, representando a idade com a qual a Serva de Deus sofreu o martírio.
Seguindo os ritos litúrgicos da celebração da Santa Missa, o cardeal Raymundo Damasceno, em sua homilia, afirmou que nem todos são chamados ao martírio de sangue, mas todos são chamados a viver cotidianamente o martírio do amor.
“Peçamos a Jesus a graça, por intercessão de Isabel Cristina, de aceitar as angustias e os desafios da vida cotidiana. Não tenhamos medo jamais!”, disse.
O significado para a arquidiocese de Mariana
De acordo com o coordenador geral da cerimônia de beatificação, monsenhor Danival Milagres Coelho, para a arquidiocese de Mariana, bem como a Igreja no Brasil e no mundo, é uma graça ter a beatificação de uma Leiga, jovem, que soube viver a sua fé na defesa corajosa dos seus valores. Ainda, na opinião do sacerdote, a mártir e beata é uma referência para os jovens.
“Isabel Cristina afirmou: ‘é preciso resistir ao mal, custe o que custar’. E custou a vida dela. Por isso, nós agradecemos a Deus o testemunho de fé desta jovem”, enfatiza.
Em saudação ao final da celebração, o arcebispo de Mariana, dom Airton José dos Santos, proferiu um agradecimento aos presentes. Em sua fala, ele destacou sua gratidão pelo Papa Francisco por nomear o cardeal Raymundo Damasceno para presidir essa solenidade.
Ele ainda recordou ao arcebispo de Juiz de Fora (MG), dom Gil Antônio Moreira, pelo apoio, enfatizando que com a beatificação de Isabel Cristina a união entre as duas Igrejas Particulares se fortalece ainda mais. Ele também enfatizou o nome do arcebispo emérito de Mariana, dom Geraldo Lyrio Rocha, pelo testemunho e fraternidade e por ter abraçado a causa da beatificação durante o seu pastoreio.
Por fim, ele agradeceu a todos os que contribuíram para a realização dessa beatificação, como os padres, diáconos, leigos e leigas voluntários, ao postulador da causa, Dr. Paolo Vilotta, e especialmente, aos seus familiares.
“Que a intercessão da beata Isabel Cristina faz surgir na arquidiocese de Mariana o espírito de serviço, de comunhão e fraternidade e nos faça trabalhar incansavelmente para a canonização de Isabel Cristina, e para as beatificações do Servo de Deus Dom Luciano, de Floripes Dornellas de Jesus, a Lola, do Servo de Deus Monsenhor José Silvério Horta e o Venerável dom Antonio José Ferreira Viçoso”, finalizou.
Papa recorda a beata brasileira Isabel Cristina
Depois da oração do Angelus neste 3° Domingo do Advento, o Papa Francisco falou sobre a beatificação da brasileira Isabel Cristina, que ocorreu em uma cerimônia presidida pelo cardeal Raymundo Damasceno, arcebispo emérito de Aparecida. Estas foram as palavras do Papa:
“Ontem, em Barbacena, foi beatificada Isabel Cristina Mrad Campos. Esta jovem mulher foi morta em 1982 aos 20 anos de idade, em ódio à fé, por ter defendido sua dignidade como mulher e o valor da castidade. Que seu exemplo heroico inspire especialmente os jovens a darem testemunho generoso de sua fé e de sua adesão ao Evangelho. Um aplauso à nova beata!”