Museu da Música, quinze anos depois
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Neste dezembro o Museu da Música – Itu comemora quinze anos de existência, criado e mantido por uma associação de amigos, o Instituto Cultural de Itu. Há muito a celebrar quando se considera a quantidade e qualidade de suas atividades, mesmo que despretensiosas.

Instalações modestas, pouco recurso financeiro e voluntariado são a receita para a conservação e divulgação de um acervo de mais de dez mil partituras, além de documentos, objetos, imagens, gravações e muita pesquisa que têm enorme significado para a cultura regional.

Ao falar de patrimônio, certamente o universo do visível salta aos olhos; convivemos prazerosamente com imóveis e objetos, aprendemos com eles, tendo a satisfação de apreciar a sua beleza para quem a considera ou entender a sua função para quem a reconhece. O mundo dos sons, do invisível carece de um esforço para desvendar aquilo que ficou registrado na partitura, transcrever à linguagem dos nossos dias e trazer à vida através da execução de grupos musicais.

O museu tem conservado um acervo extraordinário e revelado parte dele em parceria com o Coral Vozes de Itu, conjunto Tristão Júnior, Banda União dos Artistas, Schola Cantorum de Itu, Folia do Divino de Itu, seja em concertos, cerimônias religiosas, performances, sempre considerando a apresentação do repertório em “lugares históricos” para ampliar o significado cultural desse patrimônio.

A par de ações artísticas, o Museu da Música – Itu reúne um acervo de objetos que foi aberto à exposição pública em 2009 aberta ao público em sua sede, antiga casa de morada de músicos. Durante alguns anos, houve ações educativas em parecia com a municipalidade, financiadas pelo Instituto Cultural de Itu. Os alunos vinham ao museu para divertidas atividades sobre música de seresta ou sobre a vida caipira.

Durante a fase mais severa da pandemia de Covid 19 aprendemos a organizar mostras virtuais e elas permanecem disponíveis no site www.museudamusicaitu.com.br. Ali é possível ver, ler e ouvir relatos, concertos e informações sobre o patrimônio musical de Itu.

Algumas parcerias têm permitido retomar as exposições presenciais, feitas com o Museu da Energia de Itu ou com o Museu Republicano Convenção de Itu. A tecnologia desenvolvida pelo nosso grupo garante exibir gravações em áudio e vídeo através da leitura de um QRcode com o celular do visitante.

As publicações feitas pelo museu somam doze, sobretudo em relação do acervo; a digitalização da coleção de partituras está em andamento, financiada por descendentes do maestro Elias Lobo.

O Museu da Música – Itu comemora seus quinze anos de vida e trabalho em plena atividade, com a apresentação histórica da primeira ópera brasileira, escrita em Itu, pelo maestro Elias Lobo, cujos originais foram cedidos para a produção.

É preciso crescer, é preciso ampliar e ousar. Aguardamos tempos mais propícios, nos próximos anos, para outras iniciativas que vão ao encontro dos interesses da população em relação ao nosso patrimônio musical.
Registro a satisfação de participar do grupo que dirige o Museu da Música.