Todo final de ano é sempre uma correria. As festas de confraternização com os grupos de trabalho, da escola e de amigos, os preparativos para as festas em família e a busca pelos presentes. O tempo parece que se torna mais curto e os espaços menores, uma vez que todos resolvem fazer as mesmas coisas, ao mesmo tempo e disputando os mesmos espaços. Quase sempre chegamos às festas de fim de ano esgotados. E a vivência do verdadeiro espírito do Advento e do Natal ficam comprometidos.

Se é assim em quase todos os anos, o que dizer deste 2022?

Este ano tivemos um longo e tenso período eleitoral (que ainda estamos vivendo). Eleição para deputados estadual e federal, senador, governador e presidente. Campanha eleitoral repleta de brigas, acusações e xingamentos, bem antes de começar oficialmente.

Dizem historiadores e comentaristas que nunca houve uma eleição tão polarizada e acirrada quanto esta, especialmente para o cargo de Presidente da República. A polarização entre dois candidatos, já existente no primeiro turno, tornou-se ainda mais radicalizada no segundo turno, virando um verdadeiro “nós contra eles”.

E quando achávamos que, após as eleições, tudo estaria calmo e tranquilo com a definição dos futuros ocupantes dos cargos em disputa, surgem dúvidas, protestos, silêncios e muitos clamores que ainda estão presentes nas ruas, trazendo um ar de incerteza que, parece, ainda vão permanecer por mais algum tempo.

Enquanto isso, chegou a Copa do Mundo. Mesmo para aqueles que não gostam ou não acompanham o futebol, é praticamente impossível ficar imune às movimentações em torno do torneio mundial. O assunto toma conta das rodas de conversa, da programação da televisão e das manchetes da imprensa. As cidades ganham as cores da bandeira brasileira e a rotina se modifica em função dos jogos do Brasil. No momento em que escrevo estas linhas, faltam poucas horas para a estreia do time brasileiro na Copa do Qatar. Além da tensão no ar, o silêncio raro nos aplicativos de mensagens, nos telefones e no correio eletrônico mostram que este não é um dia normal de trabalho.

Até o próximo dia 18 de dezembro, vamos ficar ligados nas diversas etapas que a seleção brasileira precisa ultrapassar para chegar ao hexacampeonato mundial de futebol. Se passar por todas elas, vamos acompanhar nossa equipe em mais uma final de Copa do Mundo e, quem sabe, vibrarmos com mais uma conquista. Caso fique pelo caminho, o assunto ainda vai continuar presente por algum tempo, com nossas reclamações, frustrações e lamentações.

Com tudo isso, será que vai sobrar espaço para o Natal?

O Nascimento de Jesus é comemorado todos os anos, mas sempre é diferente. A data se apresenta para cada um de nós como a possibilidade de renascimento, de esperança, de alegria, de vida. A cada ano, somos convidados a viver o tempo do Advento, preparando-nos para o mistério do Natal. Oportunidade de diminuir o ritmo, sossegar o espírito e refletir sobre o que realmente é importante, o que precisamos melhorar para sermos dignos de receber o Menino Deus. Para isso, precisamos abrir tempo e espaço em nossas vidas e em nossos corações.

Será que dá?