Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo
Diác. Raimundo Bezerra Neto
Paróquia São Judas Tadeu
“Acima dele havia um letreiro: ‘Este é o Rei dos Judeus’.”
Evangelho (Lc 23,35-43)
Depois de um longo tempo ouvindo as catequeses de Nosso Senhor, de um modo especial nos últimos domingos que nos apresentava o tema do Reino, hoje a Liturgia nos apresenta um Rei.
Na Liturgia do 34° Domingo do Tempo Comum, destaca-se a Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo. Um Rei completamente diferente de todos os reis, ou seja, um Rei cujo trono é a Cruz, e quem está ao seu lado são os pobres, os presos, os famintos. Os únicos poderosos que estavam ao seu lado, queriam zombar, por em dúvida o seu poder, para desafiar. Nenhum poderoso estava para servir, como é próprio de um rei.
Tanto que ao seu lado em vez de um serviçal, estavam dois ladrões, ou seja, dois presos, dois que estavam completamente fora do convívio social. Nosso Senhor se deixa ficar no meio dos excluídos.
Entre tantos pontos que o Evangelho nos apresenta, quero destacar dois: a ingratidão, e a gratidão. Um dos que estavam ao lado do Senhor, ao lado de quem poderia salvá-lo, não da prisão porque isso não seria o mais importante, mas quem poderia salvá-lo para a eternidade. No entanto aquele preso não reconheceu que no centro estava o Salvador, de fato o verdadeiro Rei. E quantas vezes que frente às situações nós também esquecemos de que temos um Salvador, que temos um Rei, não para nos condenar, mas para nos salvar. Quantas vezes que diante do sucesso, diante dos bens nós nos sentimos reis de nós mesmos e acabamos desafiando o Rei. Nesta Liturgia, quero de um modo especial pedir perdão ao Senhor, por todas as vezes que construímos nossos tronos e nos esquecemos Dele.
Por outro lado, temos a figura daquele que mesmo nas provações da prisão, na humilhação de ser preso, reconhece que de fato é merecedor da sua pena e não se nega de reconhecer a inocência de Jesus a ponto de repreender o outro que tanto desafiava o Senhor. Tantos homens e mulheres carentes desta sensibilidade. Que O Senhor nos dê a grande graça de reconhecer nossos erros, deles nos arrepender e querer repará-los.
É belo de observar o desejo daquele preso de ser lembrando por Jesus, tanto que imediatamente ele faz uma súplica ao Senhor. Que este também seja o nosso desejo, que seja o desejo da humanidade, estar no paraíso com o Senhor. No dia que a sociedade for composta por homens e mulheres que reconhecem seus erros, que desejam repará-los, tudo mudará.
Nosso Senhor é o Senhor do hoje, do agora. É o Senhor que de fato ama os pecadores e deles tem compaixão e quer salvar a todos. “Ainda hoje estarás comigo no paraíso”. Que O Senhor nos dê a graça do arrependimento e um coração aberto para ir em busca Dele, pois é só Nele que a salvação é uma verdade. Que tenhamos nossos corações arrependidos frente a uma sociedade ensimesmada envolta de si mesma, que constrói em si mesmo seus próprios reizinhos.
“Jesus, Rei de Universo, seja o Rei da minha casa, da mina vida. Amém!”