Documento importante para se conhecer a origem do Apostolado da Oração no Brasil é um artigo que o padre Taddei escreveu já no fim da vida, quando da visita do Cardeal Joaquim Arcoverde a Itu. O jornal A Federação trouxe um depoimento no qual o “padre santo” fala de si (mas como se falasse de outrem) e conta como tudo começou: “No ano de 1871 acabavam de chegar às mãos do Padre que regia a igreja do Bom Jesus alguns folhetos em que se expunham a ideia do Apostolado, da sua prática e dos modos com que se podia participar dos preciosos frutos que ia produzindo às outras nações. Foi fácil dar notícia disso ao nosso povo tão religioso de antiga data e inflamar seu coração na prática do Apostolado”. O primeiro centro do Apostolado, ele fundou em Itu em outubro de 1871.

Lembra que, desde o início de sua vida sacerdotal, tivera como intenção propagar a devoção ao sagrado Coração: “Partindo de Roma para o Brasil e destinado a vir trabalhar em Itu, recebeu de seu superior Geral como lembrança e dádivas uma imagem do Coração de Jesus. Esta bastou para fazer chegar ao auge o entusiasmo que se tinha excitado no povo ituano, e a prática do Apostolado entrou numa fase contínua e nunca interrompida com a celebração de todas as primeiras sextas-feiras”.

Taddei uniu diversas possibilidades que dispunha em uma única causa: divulgar a devoção ao Coração de Jesus através do Apostolado da Oração nas cidades em que pregava: “Nas missões e festas para as quais o padre era convidado na diocese de S. Paulo, explicava e instituía o Apostolado”. Sabia da riqueza: “Do coração divino que inspira e que atrai a todos, porque Ele quer reinar nos corações de seus filhos, quer dar remédio aos males que oprimem a sociedade e prevenir ao futuro, que a ameaçam”.

Em cada paróquia, sítio ou lugarejo em que passava, pregava palavras de fé exortando o povo a pedir as graças que tanto desejava através da prece: “O hábito da oração para alcançar graças, favores assinalados do Coração de Jesus, a frequência dos sacramentos, fonte de moralidade, a instrução religiosa tão necessária para a conservação e profissão da fé, o esplendor do culto divino, sãos os principais benefícios visíveis que promove e conserva o Apostolado do Coração de Jesus. (…) E se nos fosse dado levantar o véu que cobre o santuário das consciências, dos que praticam esta devoção, quantos corações regenerados pela influência admirável do Apostolado, quantas graças de arrependimento e de perseverança, quantas mercês ainda temporais”.

Os efeitos disso, ele mesmo revelou nesse artigo quase desconhecido, publicado a 16 de agosto de 1908. Naquele momento o mundo católico contava com 62 mil centros do Apostolado da Oração e 22 milhões de associados. Parte desse mérito veio de seu empenho pessoal em viver pelo outro.