25º Domingo do Tempo Comum – Leituras Iniciais
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Nilo Pereira

1ª Leitura (Amós 8,4-7)

A leitura de hoje nos apresenta as denúncias e ameaças do profeta Amós contra alguns dos responsáveis pela situação a seguir.

Amós viveu 750 anos antes de Cristo. Israel está no auge da prosperidade. O seu território se estende do Egito às montanhas do Líbano. O rei Jeroboão II, político competente, introduziu novas técnicas agrícolas, proporcionando aos agricultores condições para comercializar seus produtos a preços compensadores. A religião também é respeitada: os templos estão apinhados de peregrinos que vêm para rezar o oferecer sacrifícios. Deve-se mesmo louvar o Senhor e agradecer ao rei por tamanha prosperidade!

Amós, um pastor de ovelhas vindo de Técua, uma cidadezinha às margens do deserto ao sul de Belém, não se associa ao coro dos que enaltecem a política do governo. Porque, proclama ele, é verdade sim que há prosperidade e bem-estar, riquezas e luxo na nação, mas só para alguns. Os pobres da terra são explorados e se comete todo tipo de opressão contra os mais fracos.

Quem são os autores destas opressões? (vers.4). São os comerciantes, os atravessadores que compram produtos das lavouras dos pobres agricultores e os revendem a outros ainda mais pobres, a preços extorsivos. E quais são os métodos usados por estes comerciantes ávidos de riqueza? São os que sempre foram usados desde que o mundo é mundo: A RÁPINA.

Mas o que tem de religiosa essa leitura? Na sua última parte (vers.7-8) Amós responde a esta pergunta: diante das injustiças cometidas pelos malvados, diante dos pobres que gritam de dor, o Senhor fica indignado e faz um juramento que faz tremer de medo: ”Não esquecerei jamais nenhum dos seus atos”

2ª Leitura (1Timóteo 2,1-8)

Na parte da Carta a Timóteo que nos é proposta hoje, Paulo dá algumas normas a respeito da oração nas comunidades cristãs. Recomenda que “se façam preces, orações, súplicas, ações de graças por todos os homens, pelos governantes e todos os que estão constituídos em autoridade.

A oração da comunidade cristã é dirigida a Deus pelos bons e pelos maus, pelos amigos e pelos inimigos. Nesta oração se manifesta o coração generoso do cristão que não aceita fazer distinções fundadas na raça, na origem, na nacionalidade na posição, na inteligência, na riqueza. Nesta maneira de agir estão refletidos os sentimentos do Pai que está nos céus, “o qual deseja que todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade” (vers.4). Observemos quantas vezes na leitura aparece a palavra “todos”.

Por quem rezamos nós: só pelos nossos problemas, só pelas necessidades da nossa família e dos nossos amigos? Se rezarmos de maneira egoísta não abrirmos o nosso coração ao amor de Deus, que abraça a todos. O trecho termina com uma exortação (vers.8). O cristão não pode rezar com “as mãos impuras”, ou seja, com as mãos que prejudicaram os irmãos (Mateus 5,23-25).