25º Domingo do Tempo Comum
Diác. Bartolomeu de Almeida Lopes
Paróquia São Judas Tadeu
“Nenhum servo pode servir a dois senhores.”
Evangelho (Lucas 16,1-13)
Os homens não são os donos dos bens materiais existentes no mundo e sim administradores dos bens de Deus, que os criou e os deixou no mundo para que fossem usados para o bem comum; a maneira pela qual Jesus se refere, é usar os bens deste mundo em favor da coletividade, para o bem de todos que participam e comungam da ideia de economia de comunhão que se administra de tal forma que os lucros sejam divididos em partes iguais com toda a comunidade participante do projeto, seja pecuária ou agronegócio, indústria ou prestação de serviços, ou qualquer atividade industrial ou mercantil; a finalidade é o bem de todos, e Jesus chama atenção aos discípulos, a ficarem mais atentos e criativos, nas reuniões, nas orações e na prática da execução das atividades produtivas, nas quais cada irmão possa atuar e levar junto com a tarefa, que deve ser respeitada e administrada conforme os ensinamentos de Deus, com amor a Deus e ao próximo, observar e desenvolver na prática projetos que condizem com o objetivo inicial de um bem comum; e ficarem atentos aos acontecimentos que envolvam município, estado, e na República Federal do País, em nosso caso, Brasil.
Tirar do coração a ideia de servir ao dinheiro, servir unicamente a Deus, e ao projeto comunitário, paroquial, diocesano, sempre atento e vigilante como nos pede a palavra de Deus: ‘Vigiai e Orai” e colocar os dons e bens a serviço dos mais necessitados, utilizar os bens como nos pede o “Evangelho” procurando a luz da palavra de Deus; usar os bens adquiridos de modo honesto sempre pensando no próximo, assim todos vão participar da alegria de ver a comunidade administrar com sabedoria e inteligência que Deus deu a todos que abrem seu coração a “Ele” e toda comunidade que assim procede vai se libertando da escravidão e prisão do dinheiro e de bens materiais, prisões sim, quando se apegam por demais ao dinheiro e não dormem tranquilamente e não se alimentam por estarem com o pensamento e o coração voltados aos seus bens materiais que são mau usados.
Devemos sempre ter em mente: os homens não são os proprietários, mas os administradores dos bens de Deus; mesmo as obras que construírem com suas próprias mãos, mesmo o dinheiro que ganharam com o próprio suor, não pertencem a eles, mas a Deus. Diz um documento do Concílio Vaticano II: “Deus destinou a terra a todos os homens e tudo que ela contém deve servir para todos os homens” (Gs n. 69).
Somos chamados também à esperança, pois apesar de tudo, a esperança está sempre renascendo, e neste contínuo renascimento, a fé cristã percebe um “sinal”, deixado por Deus no coração do homem, que recebe todo o valor do plano salvífico que nos foi revelado em Cristo; se, de acordo com nossa fé, Deus está executando na história humana um ato de salvação, se em Cristo Ele nos oferece uma experiência de vida nova destinada a uma realização final, então podemos ter esperança que ultrapassa nossos limites de compreensão e os nossos projetos. Nesse sentido a esperança humana está sob influxo da ação gratuita de Deus que nutre e dá apoio, ação que nasce da fé; isso é sinal do Reino que vem.