Idosos: protagonistas  de uma revolução
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por Celso Tomba

A Igreja celebra neste domingo, 24 de julho, a segunda edição do Dia Mundial dos Idosos. Criado pelo Papa Francisco em 2021, a data é celebrada no terceiro domingo de julho, próximo do dia 26, dedicado a São Joaquim e Sant’Ana, avós de Jesus. Tem o objetivo de resgatar a importância dos avós e dos idosos na vida da Igreja e da sociedade.
Sob um ponto de vista numérico, a proposta é perfeitamente justificável. Segundo dados apontados pelo Vaticano, por ocasião da apresentação da mensagem do Papa Francisco para essa data, o número de pessoas de mais de 60 tem crescido exponencialmente no mundo. Nos últimos 60 anos, esse número quadruplicou. Em 2019, uma a cada 11 pessoas no mundo tinha mais de 65 anos. Estima-se que em trinta anos, a proporção será uma a cada 6 pessoas. Além disso, nos últimos quatro anos, pela primeira vez na história, há mais pessoas acima dos 65 anos do que crianças abaixo dos cinco.
A maior longevidade da população tem criado novos desafios para as sociedades e também para a Igreja. O cuidado com os idosos está entre as preocupações de países, estados e municípios, mas também precisam estar presentes nas ações da Igreja. Não é à toa que o Papa Francisco pede que as dioceses, paróquias e comunidades cuidem de seus idosos, dando especial atenção aos que vivem sozinhos e sofrem mais intensamente as dificuldades do envelhecimento. Visitar os idosos solitários é um dos pedidos do Papa para marcar o Dia dos Idosos neste ano.
Mas, além das preocupações e dos cuidados que devemos ter para com os idosos, as reflexões em torno dessa data propõem um outro olhar: o protagonismo dos idosos. Com o tema escolhido para este ano – “Dão fruto mesmo na velhice” (Sl 92, 15) – o Papa Francisco pretende que os idosos reflitam sobre a importância de seu papel ativo na Igreja e na sociedade.
Mesmo sendo uma fase delicada da vida, a velhice não significa o final de tudo. Mesmo com todas as dificuldades que possam advir com o envelhecimento, as pessoas idosas trazem consigo as experiências que acumularam ao longo de seus anos de vida. Para Francisco, “a velhice não é um tempo inútil, no qual a pessoa deva pôr-se de lado recolhendo os remos para dentro do barco, mas uma estação para continuar a dar fruto”.
Segundo o Papa Francisco, os avós e os idosos são chamados a ser revolucionários, “artífices da ternura”, diante de um mundo que, cada vez mais, pauta suas ações pela violência e pela guerra. De acordo com o Papa, os idosos, graças aos muitos anos vividos, têm uma “sensibilidade especial” para as atenções, os pensamentos e os afetos que nos tornam humanos e que precisam voltar a estar presentes na vida de todos. “Muitos de nós, idosos, amadureceram uma consciência sábia e humilde, de que o mundo tanto precisa: não nos salvamos sozinhos, a felicidade é um pão que se come juntos” – diz Francisco.
Ao celebrarmos o Dia Mundial dos Idosos, precisamos, mais que lembrar que eles precisam de nossos cuidados, abrir nossos ouvidos e nossos corações ao que podemos aprender com eles.