Prestação de contas do projeto Comunhão e Partilha
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Na tarde da terça-feira(26/04) segundo dia da 59ª Assembleia Geral da CNBB, entre os assuntos em pauta, os bispos acompanharam a prestação de contas do Projeto Comunhão e Partilha e e a comunicação da Comissão para os Bispos Eméritos. O projeto que auxilia a manutenção dos estudos de seminaristas de várias partes do Brasil investiu mais de R$ 270 mil em 2021, atendendo a 279 seminaristas de 37 dioceses. Já os bispos eméritos, pontuam sua realidade no contexto da pandemia e iluminam as consciências com exortações do Papa Francisco sobre as pessoas idosas.

Comunhão e Partilha

O bispo de São José dos Campos (SP) e presidente da Comissão para o Projeto Comunhão e Partilha, dom José Valmor Cesar Teixeira, apresentou o relatório de prestação de contas da iniciativa. Os dados são referentes ao fundo de solidariedade responsável por subsidiar a manutenção de seminaristas estudantes de Filosofia e Teologia, acolhidos em seminários ou casas de formação, no Brasil, e pertencentes a dioceses e prelazias que não têm recursos para o necessário investimento na formação de seus futuros ministros ordenados.

O projeto Comunhão e Partilha foi aprovado por unanimidade em Assembleia Geral da CNBB. Ela arrecada a oferta de 1% da renda ordinária fixa por parte de todas as arquidioceses, dioceses e prelazias do Brasil. Os recursos são destinados a dioceses em três grupos: com renda mensal até R$15 mil (Grupo A); com renda mensal entre R$15 mil e R$25 mil (Grupo B); e entre R$25 mil e R$35 mil (Grupo C).

“É um compromisso de todas as dioceses, é uma obrigação ético-moral que cada bispo tem para com a Igreja do Brasil”, destacou dom José Valmor Cesar.

De acordo com a Comissão, todas as solicitações feitas neste ano à Comissão foram atendidas e foi possível conceder um reajuste às contribuições entre 17% e 21%.

Foram investidos, em 2021, o montante de R$273.535,00. Esse valor atendeu 279 seminaristas de 37 dioceses. A divisão pelos grupos ficou da seguinte forma:

  • Grupo A: 22 seminaristas de 6 dioceses
  • Grupo B: 131 seminaristas de 18 dioceses
  • Grupo C: 126 seminaristas de 13 dioceses

Segundo dom Cesar, a situação financeira do projeto é positiva, o que garante a continuidade do projeto. Mesmo assim, motivou todos “com o coração aberto, com espírito generoso”, possam colaborar com a formação dos seminaristas das dioceses mais necessitadas.

 Bispos eméritos

Comissão Episcopal Especial para os Bispos Eméritos também teve um momento de partilha na sessão da tarde desta terça-feira. O bispo emérito de Barra do Piraí-Volta Redonda (RJ), dom Francisco Biasin, que acompanha a assembleia ao lado de seu predecessor e também emérito, dom João Maria Messi, partilhou quatro pontos da atuação.

O primeiro diz respeito às realizações da Comissão, com destaque para o encontro on-line, promovido em agosto do ano passado, com a reflexão sobre o tema “O papel do bispo emérito numa Igreja sinodal à luz da Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe e do próximo sínodo dos bispos”. O evento teve a participação do núncio apostólico no Brasil, dom Giambattistta Diquattro, que falou a respeito da valorização dos eméritos na Igreja no Brasil.

Dom Biasin também detalhou a situação dos bispos eméritos em relação aos cuidados como alimentação, saúde, moradia, entre outros fatores. Segundo a avaliação, em linhas gerais, os bispos eméritos estão “bem amparados”. “Somos muito gratos às nossas igrejas particulares e a nossos irmãos que nos sucederam”, disse.

Em relação à pandemia, dom Biasin descreveu as situações de solidão e isolamento experimentadas, em alguns casos com sintomas de depressão. Diante de certa “sensação de inutilidade”, ele sugeriu que as igrejas particulares possibilitasse uma “contribuição amorosa e competente, sem atingir, em nada o governo da diocese”.

A presença dos bispos eméritos deve ser, segundo dom Biasin, de intercessão, oração, testemunho e descrição. Mas ele questiona o motivo de “enterrar talentos”.

A Comissão irá apresentar também contribuições ao Estatuto em revisão “para que haja maior integração na vida da CNBB”.

O terceiro ponto refere-se às perspectivas. A principal delas é a contribuição na pesquisa sobre saúde integral dos bispos, a qual indicará um formulário de consulta específica para os bispos mais idosos.