8º Domingo do Tempo Comum – Leituras iniciais
por Nilo Pereira
Sugerimos que antes de lerem estes comentários, façam as leituras na Bíblia.
1ª Leitura (Eclesiástico 27,5-8)
Naquele tempo as mulheres, antes de moer o trigo, o colocavam numa peneira (joeira que separava o trigo do joio) para separá-lo das impurezas, das folhas, dos ciscos, da palha. Os oleiros não se maravilhavam pela beleza de um vaso feito por eles antes de fazê-lo passar pelo calor da fornalha que poderia reduzi-los a cacos.
A leitura de hoje começa dizendo que nós, em relação aos outros, nos comportamos como as mulheres que peneiram o trigo e fazemos como os oleiros, submetendo os nossos semelhantes na fornalha do nosso crivo; ali sobram só mesmo os que estão isentos de qualquer defeito!
Se examinarmos a nós mesmos com o mesmo rigor, descobriremos não só os limites dos outros, mas também as nossas numerosas falhas (vers.4).
Há, porém, situações nas quais não é possível esquivar-se de emitir julgamentos e fazer avaliações objetivas sobre atitudes e capacidades dos outros. Não se pode confiar em todos na mesma medida; é de nossa obrigação e responsabilidade formar uma idéia exata sobre o valor autêntico das pessoas às quais se devem confiar funções de grande responsabilidade.
Mas quais são os critérios que devemos seguir para poder formular avaliações ponderadas? O livro do Eclesiástico nos dá um conselho muito sábio: não devemos nos deixar influenciar pela primeira impressão. Para desvendar o que as pessoas guardam no coração é preciso deixá-las falar, pois “a prova do homem está na sua conversa…, a palavra manifesta o que vai no coração do homem (vers.5-6).
Concluindo, a norma a ser seguida é esta: “Não louves um homem antes que ele tenha falado, pois é assim que se experimentam os humanos.
2ª Leitura (1Coríntios 15,54-58)
Estivemos meditando o capítulo 15 da primeira carta aos cristãos de Corinto e nos é proposta a parte final: o tema é sempre o mesmo: a ressurreição. Antes de tudo Paulo resume tudo o que disse até este ponto (vers.54, 55, 56, 57).
Depois dessas afirmações, nós esperaríamos que Paulo exortasse os cristãos de Corinto a não voltar os seus olhares para este mundo, mas olhar para o céu onde os espera a verdadeira vida. Não é isso, porém, o que ele faz. Nas lhes recomenda contemplar as maravilhas que os esperam, mas trabalhar com afinco neste mundo na certeza de que todo o bem que construírem neste mundo e todo o amor que difundirem, não ficarão perdidos.
“Permanecei – diz ele – firmes e inabaláveis, aplicando-vos cada vez mais à obra do Senhor, pois sabeis que o vosso trabalho no Senhor não é em vão (vers.58). É uma exortação que vale também para nós.