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por Diác. João de Oliveira Preto Filho
Paróquia São Camilo
de Lellis

Finalmente chegou o “Kairós”, o tempo da salvação para a humanidade! Como diz de fato a Sagrada Escritura: “Na plenitude dos tempos, Deus enviou o seu próprio Filho para a Salvação de todos”. Obra admirável do amor de Deus, que não abandona os pecadores, mas faz de tudo para que se convertam e voltem à antiga amizade.
Este “caminho de volta” da humanidade pecadora foi preparado por um espaço de tempo muito grande. O Advento é justamente reviver liturgicamente em poucos domingos aquilo que foi acontecendo durante séculos.
Neste Evangelho parece à primeira vista, que Deus tem uma grande bomba para jogar de repente em cima de nós.
Na verdade, porém, o Evangelho está falando da destruição de Jerusalém, que foi um momento difícil do qual muitos dos primeiros cristãos participaram.
Mas essa crise fez também os cristãos darem um passo à frente. A crise da destruição do templo e da cidade de Jerusalém descrita de forma apocalíptica, com sinais no sol, lua, etc., era parecida com a morte de Jesus: parecia o fim!
Depois se viu que era o momento de maior manifestação de Deus e se tornou novo começo, fonte de fé e de confiança na ação de Deus na história.
A mensagem de Jesus não nos livra dos problemas ou da insegurança, mas nos ensina a enfrentá-los. Aquele que crê tem os mesmos motivos de angústia daquele que não crê; ser cristão consiste em atitudes e reações diferentes. Isto é característica própria da esperança que mantém nossa fé nas promessas de Deus libertador. Quem tem esse olhar de fé nunca desespera por mais duros que sejam os tormentos da crise e não tem medo de estrelas caindo, sol se apagando, etc. Tudo são imagens, símbolos. A atitude de vigilância à qual o advento nos conduz é a de estarmos atentos à descoberta do “Cristo que vem” nas situações atuais e enfrentá-las como sendo um processo necessário para libertação total que passa pela cruz. Deus é Criador e dos escombros constrói novidades surpreendentes. Por isso, o tempo do Advento é um tempo que apesar de tudo, renova nossa esperança. É preciso, porém “estar alertas, despertos e orando” manter o coração livre dos vícios e dos ídolos da vida. Sem converter-se, “Esperança, Natal, Paz”, tornam-se inevitavelmente palavras bonitas, mas vazias.
Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo!