Ser treinador no Brasil, um desafio para poucos!
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No país, em média, um treinador permanece cerca de seis meses no comando de uma equipe do futebol brasileiro. A sequência de resultados negativos e as eliminações, precoces ou não, são os principais motivos que ajudam a explicar a dança das cadeiras de técnicos no país. Quando analisados os períodos destas mudanças de comando, percebe-se que os meses com mais trocas coincidem com o fim de algumas competições, como Estaduais e Brasileiro.
Multicampeão pelo Grêmio, Renato Gaúcho é o grande destaque da era dos pontos corridos quando o assunto é permanecer no cargo. Lá se vão três anos, 11 meses e 13 dias, no comando do Grêmio, desde 19/09/2016. Renato superou Muricy Ramalho, tricampeão brasileiro com o São Paulo, e se tornou o técnico mais longevo da elite do futebol brasileiro.
Com 15 trocas, agosto bate recorde de mudanças de técnicos dos últimos 211 meses no Brasil. Athletico-PR, Avaí, Coritiba, Figueirense, Goiás, Náutico, Santos e Sport fizeram trocas no período. O mês de agosto movimentou a dança das cadeiras dos técnicos da elite do futebol brasileiro. No total, foram 15 trocas no período. O maior número desde 2003, primeiro ano em que o Campeonato Brasileiro passou a ser disputado no sistema de pontos corridos.
O mês que mais se aproximou no número de mudanças de comandantes foi dezembro de 2019: naquela ocasião, foram 14. Vale lembrar que fim de ano é marcado pelo encerramento de muitos contratos e muitos clubes ou técnicos optam por não renovar. O terceiro mês com mais mudanças foi em dezembro também, desta vez em 2013.
Na retomada dos trabalhos pós-paralisação, oito clubes decidiram por demitir seus treinadores e contratarem novos técnicos em agosto de 2020. O treinador mais longevo a deixar o cargo foi Ney Franco. O técnico estava no comando do Esmeraldino há pouco mais de um ano e deixou o clube goiano com 50% de aproveitamento em 49 jogos oficiais. Com a pandemia, Ney Franco foi o treinador mais impactado pelo covid-19 entre os demitidos no mês. Até ser desligado do comando, ele teve 25 casos de atletas infectados pelo vírus no elenco. O dia 9 de agosto foi emblemático, com a partida de estreia no Brasileiro contra o São Paulo adiada há poucos minutos do horário programado.
O Athletico-PR foi outro clube bastante impactado pela pandemia. Apesar de o clube não divulgar os casos, 12 jogadores infectados até a demissão de Dorival Júnior. O próprio treinador foi diagnosticado com Covid, ficou afastado por 10 dias e foi demitido apenas quatro dias após retomar os trabalhos.
Os dois clubes citados foram os mais afetados com mais caso de atletas infectados no elenco entre os treinadores que perderam o cargo em agosto. No Santos, vale destacar que a aposta por um treinador estrangeiro não deu certo e Jesualdo Ferreira foi demitido com 49% de aproveitamento em 15 jogos e uma eliminação precoce no Paulistão para a Ponte Preta.
Na contramão, os técnicos mais longevos das Séries A, B e C tem seus trabalhos reconhecidos de forma a se pensar a médio e longo prazo, pois, Gerson Gusmão (Operário-PR) está na direção, desde maio de 2016, seguido de Renato Gaúcho (Grêmio), desde setembro de 2016. O nosso rubro-negro, Vinícius Bergantin dirige o Ituano, desde junho de 2017. Jonilson Veloso (Jacuipense) comanda desde novembro de 2017 e Roger Machado comanda o Bahia, desde abril de 2019.
Naming Rights
O assunto naming rights esteve em pauta nos últimos dias com o anúncio do Corinthians sobre seu acordo com a gigante Hypera Pharma, empresa do ramo farmacêutico, que batizará a Arena com o nome da Neo Química, uma de suas marcas. E claro, que o tema gerou comentários e debates. Um deles tem a ver com o maior rival corintiano, o Palmeiras. Afinal, quem fez melhor negócio com o nome de sua arena?
A pergunta é de difícil resposta, mas, a uma semana do Dérbi entre os dois times pelo Brasileirão, explicações e comparações entre os acordos feitos pelos clubes com os donos dos respectivos naming rights. Na capital paulista, são as duas únicas arenas com patrocínio de alguma empresa.
A arena alviverde foi erguida a partir da reforma do Palestra Itália, em 2010, o Verdão assinou um contrato com a construtora WTorre, que assumiu todo o custo da obra em troca da administração do espaço até 2044, com o clube tendo participação nos lucros de toda a operação. Foi a construtora que, em abril de 2013, vendeu os naming rights para a Allianz, empresa alemã que é dona do nome de outras arenas pelo mundo. Antes mesmo de ser inaugurado, em 2014, o estádio foi batizado como Allianz Parque.
Já o Timão anunciou o projeto para a construção do seu tão sonhado estádio também em 2010. O sonho virou realidade em 2014, quando a Arena sediou a abertura da Copa do Mundo. Embora a venda dos naming rights fosse vista como fundamental pelos corintianos desde o início, ela demorou a acontecer. Após uma série de promessas e negociações sem sucesso, o clube conseguiu fechar o negócio quando menos era esperado, no meio da crise econômica provocada pela pandemia do coronavírus. O negócio foi festejado com pompa, na virada do aniversário de 110 anos do Corinthians.
Assinados com seis anos de diferença, os dois contratos têm o mesmo valor e tempo de duração. Allianz e Hypera Pharma toparam investir nas arenas de Palmeiras e Corinthians R$ 300 milhões cada uma, por um período de 20 anos. Os dois clubes receberão (o Verdão já recebe) R$ 15 milhões por ano, valor corrigido a cada 12 meses por índice de inflação. Palmeirenses podem argumentar que fecharam o acordo há muito mais tempo. Em 2013, R$ 300 milhões representavam um poder

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