Brasil: oportunismo  versus a verdade
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Neste conturbado Brasil dos últimos anos, em que a esquerda novamente tomou o poder, multiplicam-se nas redes sociais e na internet os chamados “memes” ou postagens em geral escancarando as infinitas incoerências e contradições dos que hoje ocupam cargos nos altos escalões da República. São inúmeras as montagens que se fazem, comparando falas de políticos e artistas quando oposição ao governo anterior e atitudes tomadas agora, quando situação, exatamente no mesmo sentido daquilo que outrora criticavam. É o caso, por exemplo, das recentes queimadas que, no governo passado eram culpa do mandatário maior e, neste, das mudanças climáticas, do el nino, da la nina ou de tudo o mais que possa isentar de responsabilidade o establishment.
Isso não deixa de ser importante, por um lado, para martelar na cabeça das pessoas a falsidade que envolve o meio político em nosso país. Mas, por outro lado, em relação aos protagonistas dessa pantomima, essa enxurrada de contradições não faz a menor diferença, é inócua e não lhes causa constrangimento algum. Porque, para o marxista ou para o socialista (versão mais aveludada do marxista), pouco importam a coerência e a lógica das coisas, mas única e exclusivamente o alcance de seus objetivos ideológicos e revolucionários.
De fato, não existe verdade para o marxista. Inspirado na filosofia de Immanuel Kant, o marxista vê o mundo como irracional à medida que Deus não existe. Se há ordem na natureza, há necessariamente um intelecto criador que imprimiu essa ordem. Mas, como o marxista não crê no Criador, o mundo lá fora seria irracional, caótico e desconhecido, de forma que o que aparece às pessoas seria obra do intelecto de cada um. É a cabeça de cada um que impõe essa ordem no mundo; o que cada pessoa tem por verdade racional é criação sua. Daí não existir a verdade, o bem e o mal, o certo e o errado, o moral e o imoral, mas única e exclusivamente o que ajuda ou atrapalha a revolução, como ensina o pensador italiano Antonio Gamsci.
É nesse sentido que na Rússia, ou na antiga União Soviética, os homossexuais eram jogados na prisão ou nos campos de trabalho forçado – os Gulag – já que sua condição atentava conta o ideal de virilidade necessário à revolução, e no Ocidente esses mesmos homossexuais são absolutamente indispensáveis para derrubar a civilização baseada na família, na propriedade privada e nos valores judaico-cristãos. Vale o que é oportuno ao ideal comunista, em cada tempo e lugar, e não o que é certo ou errado, moral ou imoral, digno ou indigno. “A verdade, porém, não é algo facilmente suportado pelos comunistas. Para entender como eles e seus correlatos marxistas, socialistas, não existe a Verdade, mas tão somente a matéria, caótica, sem lógica, sem racionalidade. Para eles, o mundo material vive em um eterno conflito dialético e dentro desse mundo existem somente as ideias que são criações humanas para defender os próprios interesses. Assim, o que realmente importa é a ideologia, a criação de ideias para defender seus próprios interesses. Em nome deles, até mesmo a mentira é utilizada. É por isso que se torna uma redundância chamar um comunista de mentiroso”, ensina-nos o Pe. Paulo Ricardo de Azevedo Junior.
É exatamente por isso que não há constrangimento algum para os políticos de esquerda acusarem os oponentes exatamente do que fazem: dizerem que a direita é autoritária enquanto apoiam ditaduras de seus aliados; que seus opositores desleixam do meio ambiente enquanto silenciam para o país em chamas; reclamarem da repressão do regime militar, mas apoiarem e promoverem a censura, a perseguição e até prisões políticas. Não importa a verdade, mas o que é bom para seus propósitos revolucionários, independente de quantas provas e evidências se lhes escancararem. Como escreveu Yuri Bezmenov, ex-agente da KGB, “Graças à falta de padrões morais, a exposição ante informações verdadeiras já não fará mais diferença para a maioria. Uma pessoa que foi corrompida, que foi doutrinada pelo marxismo, é incapaz de ascender à verdade, os fatos não significam nada para ela. Mesmo que ela seja soterrada de provas autênticas, documentos, fotografias, tudo, ela se recusará a acreditar. Somente quando a bota do regime estiver esmagando seu corpo… aí, ela irá entender”.
O revolucionário sabe exatamente o que quer e se utilizará de todos os meios para consegui-lo. A Igreja, porém, e nós como parte d’Ela, devemos servir sempre à verdade, contrapondo-nos a essa ideologia nociva que, malgrado tenha ludibriado tanta gente, dominando os meios políticos, educacionais, artísticos e até religiosos, pretende implantar um mundo sem Deus e baseado na utopia de uma sociedade totalmente igualitária. Deus liberte e proteja o Brasil desse caminho pernicioso.