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Coluna organizada por Nilo Pereira, segundo a exegese do Pe. Fernando Armellini, scj

Leituras iniciais do Quarto Domingo do Advento
Sugerimos que antes de lerem estes comentários, façam as leituras na Bíblia

1ª Leitura (Isaías 7, 10-14)
Para compreender esta leitura, devemos antes conhecer um pouco a situação histórica que lhe deu origem.
O profeta Elias se encontra em Jerusalém e o seu país, o Reino de Judá, está se preparando para uma guerra decisiva. O rei Acáz está preocupado porque os seus inimigos decidiram eliminá-lo e destruir a sua família. Ele é descendente do rei Davi, pertence àquela nobre família à qual foi prometido que o reino jamais lhe seria tirado (II Samuel 7, 14-16).
Acaz, porém, não acredita nas promessas de Deus e confia mais nos cálculos dos homens. Tem um exército muito fraco, corre o risco de perder o reino; então o que faz? Pede ajuda a uma nação muito poderosa, a Assíria (atual Iraque).
Isaías se preocupa muito: a poderosa Assíria virá realmente em seu auxílio, mas depois acabará por colonizar o pequeno Reino de Judá. Decide falar diretamente com o rei, dizendo-lhe que deve ter confiança somente nas promessas de Deus, não da Assíria. Diz-lhe ainda: “Se não acreditas nas minhas palavras, pede um sinal!” Acaz não tem interesse em receber um sinal. Queira ou não queira o rei, Isaías lhe dá, da mesma forma, o sinal: “Eis que a virgem conceberá e dará um filho que se chamará Emanuel!” (vers.14). O que quer dizer este sinal? A virgem a quem se refere o profeta é a jovem mulher de Acaz, que terá um filho.
Este será um grande rei, sucessor de seu pai Acaz e nele continuará a se realizar a promessa feita por Deus a Davi. A promessa feita pelo profeta, porém, se realizou: o filho de Acaz, Ezequias foi concebido da “virgem”, nasceu, foi um bom rei e se tornou um sinal de Deus no meio do seu povo.
Por que uma explicação tão detalhada desta breve leitura? Porque o último versículo desta profecia é muito importante: Mateus interpreta o nascimento de Jesus, da Virgem Maria, como sua plena realização. Por que?
Porque Ezequias, não foi o rei extraordinário que talvez esperasse o próprio Isaías. Por isso começou a criar-se a expectativa de um outro rei, um filho de Davi que cumprisse plenamente a profecia , que fosse realmente “Deus conosco”.

2ª Leitura (Romanos 1, 1-7)
Paulo começa a Carta aos Romanos com uma longa introdução. Ele se apresenta como apóstolo, como arauto do Evangelho e como servo de Jesus. Os arautos eram os encarregados de percorer o país inteiro para anunciar, em nome de imperador, uma mensagem de alegria. .
Paulo se orgulha por ter sido escolhido por Deus para levar a boa nova da ressurreição de Cristo a todos os homens.
A mensagem que as nossas comunidades cristãs transmitem traz de fato alegria às pessoas que a escutam? Temos, pelo menos nós cristãos, a convicção que o Evangelho é motivo de alegria?
Nos poucos versículos contidos no trecho de hoje (os últimos da carta aos Romanos) Paulo agradece a Deus por esse misterioso projeto de amor.