29º Domingo do Tempo Comum – Leituras Iniciais
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Coluna organizada por Nilo Pereira, segundo a exegese do Pe. Fernando Armellini, scj

1ª Leitura (Êxodo 17,8-13)

Os amalecitas eram uma tribo de nômades violentos que viviam nas regiões desoladas do deserto do Sinai. O que tinham feito eles? Depois da saída do Egito, os israelitas deviam atravessar o território ocupado por essa tribo. Estavam cansados da longa viagem, pediam um pouco de água, mas os amalecitas, ao invés de ajudá-los, os atacaram e mataram os mais fracos da retaguarda da caravana (Deuteronômio 25,17-19). A leitura de hoje nos relata um dos primeiros combates ocorridos com esta tribo no deserto.

O que nos ensina esta narrativa? Com certeza não quer nos incentivar a pedir a Deus a força para matar os inimigos! Naqueles tempos antigos os homens eram muito violentos e achavam que até os deuses combatiam ao lado do povo que os adorava. Nós hoje, iluminados por Jesus, sabemos que esta idéia a respeito de Deus é muito grosseira. Mas o episódio contém uma lição muito válida: a que nos ensina que, para atingir os objetivos superiores às nossas forças, devemos orar sem cessar!

Há objetivos que não podem ser alcançados sem a oração. Por exemplo, onde conseguir, a não ser pela oração, a força para perdoar quem nos prejudicou ou a força para não fraquejar diante dos maus desejos: da ambição, da inveja, da cobiça, do ódio, do rancor? Se por um instante sequer deixarmos “cair os braços” isto é, se pararmos de rezar, imediatamente as forças do mal prevalecerão, seremos derrotados e os desastres que sofreremos serão assustadores.

 

2ª Leitura (2Timóteo 3,14 – 4,2)

Quais princípios devemos inculcar no coração dos nossos filhos? O que ensinar-lhes? Competir ou ajudar os outros, acumular bens ou partilhá-los? Como organizar a vida da nossa família, da nossa comunidade cristã? Que orientação devemos dar aos casais em dificuldades? São muitas e diferentes as respostas que os homens dão a estas questões.

Nós, porém, sabemos que todas as soluções propostas pelos homens são inconsistentes, mudam de um dia para outro. A quem recorrer, então, para ter uma orientação segura? Paulo nos indica o rumo no trecho da carta de hoje: a Sagrada Escritura. Esta “é inspirada por Deus e útil para ensinar, repreender, corrigir e formar na justiça. Por ela o homem de Deus se torna perfeito, capacitado para toda boa obra”!

Então, quem descobriu o tesouro da palavra de Deus, não deve guardá-lo para si, deve oferecê-lo também aos irmãos. Paulo suplica aos pregadores das comunidades que aproveitem todas as oportunidades para transmitir a mensagem do Evangelho (vers.1-2).

Qual o fundamento da nossa fé? Qual o alimento nutritivo que sustenta e conserva o vigor das nossas comunidades? Serão suficientes as práticas de devoção, a recitação de determinadas fórmulas de orações, a participação distraída nas grandes assembleias festivas? Entendemos que a fé deve ser alimentada pela meditação da palavra de Deus?