Dedicação da Basílica do Latrão (Catedral de Roma)
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Diác. Reginaldo de Castro
Paróquia Sagrada Família

“Destruí, este Templo, e em três dias o levantarei”.

Evangelho (Jo 2,13-22)

A liturgia deste domingo nos convida a celebrar a festa da Dedicação da “mãe e cabeça” de todas as igrejas: a Basílica de São João de Latrão.
A dedicação da Basílica do Latrão, Catedral da Igreja de Roma, era inicialmente celebrada apenas na própria cidade, mas, com o tempo, estendeu-se a toda a Igreja de rito romano. Essa celebração nos permite renovar o sentido de nossa filiação a esta Igreja-mãe, origem e referência de todas as demais igrejas.
O Evangelho de hoje nos fala sobre o respeito aos espaços sagrados — o templo material — e, também, ao templo espiritual do Senhor: o próprio Cristo presente nesses lugares e em nosso corpo, consagrado a Ele pela Eucaristia que recebemos.
Trata-se de uma das mais enérgicas atitudes de Jesus em relação ao templo: “fez um chicote de cordas e expulsou todos do templo, junto com suas ovelhas e bois; espalhou as moedas e derrubou as mesas dos cambistas”. Ele o fez porque haviam transformado a casa de Deus em um local de comércio. Outras traduções chamam aquele espaço de “covil de ladrões”.
Um lugar destinado ao encontro com Deus, pela oração, havia se corrompido e se tornado um ambiente de exploração.
Essa passagem nos convida a refletir:
Respeitamos verdadeiramente o espaço sagrado?
Nossas práticas na igreja têm sido dignas da fé que professamos ou, de alguma forma, temos contribuído para desvirtuar esse espaço com palavras, atitudes ou omissões?
Será que, em vez de nos dedicarmos à evangelização, temos nos preocupado mais com o dinheiro e os bens materiais?
Diante dessa realidade, Jesus fala sobre a destruição desse tipo de templo e o seu reerguimento como um novo templo — novo em suas estruturas e em seu ardor missionário. Não se trata de destruir o que já existe, mas de renovar: renovar as estruturas de nossas paróquias, tornando-as mais missionárias, centradas na evangelização, e não apenas em uma pastoral de conservação.
Para isso, é necessário começar pela renovação interior: rever nossos conceitos, atitudes e comportamentos, lembrando que nós mesmos somos templos do Senhor. Essa reflexão nos leva a reexaminar nossa prática religiosa — tanto em relação à igreja-templo quanto em relação aos irmãos e irmãs —, respeitando-os como imagem e semelhança de Deus, templos vivos do Altíssimo.
Que sejamos, como diz o salmo deste domingo, “braços de um rio que traz alegria à cidade de Deus, à morada do Altíssimo”.
E que cada pessoa que se aproxime de nós possa sentir a Sua presença.

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!