Admirável  Mundo Novo
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O livro Admirável Mundo Novo, foi escrito pelo inglês Aldous Huxley em 1932, portanto há cerca de 90 anos. Houve várias reedições e, numa delas, o editor perguntou ao autor se ele tinha alguma revisão a fazer, considerando que, depois de tanto tempo, o texto poderia não fazer o mesmo efeito nos leitores como nos tempos passados.
Huxley negou, dizendo que mais lógico seria escrever um outro livro do que escrever algo diferente com o mesmo título.
Na sua 36ª edição em 2021, o próprio escritor faz o prefácio de várias páginas para explicar os motivos de sua negativa em modificar o seu texto. Se tiverem paciência, leiam o que ele escreve na página 17 deste prefácio.
“……….entrementes, as características desse mundo mais feliz e mais estável – os equivalentes da soma e da hipnopedia (aprendizagem durante o sono) e o sistema científico de castas – não estão, provavelmente, a mais de três ou quatro gerações de nós. E a promiscuidade sexual de Admirável Mundo Novo também não parece tão distante. Já existem cidades norte americanas em que o número de divórcios é igual ao de casamentos. Dentro de poucos anos, sem dúvida, licenças para casamentos serão vendidas como as licenças para posse de cães, válidas por um período de doze meses, sem nenhuma lei que proíba a troca de cães ou a posse de mais um cão de cada vez. À medida que diminui a liberdade política e econômica, a liberdade sexual tende a aumentar como compensação. E o ditador (governantes?), a não ser que necessite da massa de manobra e de famílias para colonizar territórios despovoados ou conquistados, agirá prudentemente estimulando essa liberdade. Em conjunção com a liberdade de sonhar sob a influência das drogas, do cinema e do rádio (Hoje TV?), ele ajudará a reconciliar os súditos com a servidão que é o seu destino………. Tudo considerado, a Utopia parece estar muito mais perto de nós do que qualquer pessoa, apenas quinze anos atrás, poderia imaginar……….
Na verdade, a menos que prefiramos a descentralização e o emprego da ciência aplicada, não com o fim a que os seres humanos deverão servir como meio, mas como o meio de produzir uma raça de indivíduos livres………. ou então um totalitarismo supranacional, suscitado pelo caos social, resultante do progresso tecnológico”.
Bem, estimados leitores, eu tomei a liberdade de acrescentar no texto original as palavras “cães”, “cão”, “(governantes?)” e (Hoje TV?) de forma destacada para chamar sua atenção e saber se concordam que este texto está atualizado 90 anos depois, não apenas nos Estados Unidos, onde foi escrito, mas em todo o mundo, inclusive no nosso país com as pessoas cada vez mais iludidas na busca desenfreada de riquezas e prazeres (estimulados não apenas pelo comércio e pela mídia, diga-se de passagem), criticando a nossa Igreja que deveria ser mais ouvida e menos agredida, como dizia nosso inesquecível Bispo Amauri Castanho.