21º Domingo do Tempo Comum
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Coluna organizada por Nilo Pereira, segundo a exegese do Pe. Fernando Armellini, scj

Leituras iniciais do 21º Domingo do Tempo Comum

Sugerimos que antes de lerem estes comentários, façam as leituras na Bíblia

1ª Leitura (Josué 24,1-2a.15-17.18b)
A leitura de hoje narra um episódio definitivo na história religiosa de Israel: a assembleia de Siquém (atual Nablus – Cisjordânia). Moisés morreu e o governo do povo passou para as mãos de outro líder experiente, Josué que, certo dia, reúne todas as tribos para saber exatamente a que Deus eles querem servir.
Quem jamais poderia ainda ter alguma dúvida sobre quem é o verdadeiro Deus, depois de ter assistido à libertação do Egito e aos numerosos prodígios durante os quarenta anos de caminhada através do deserto?
Não obstante isso, Josué exige uma confirmação. Por que? Os israelitas conheceram outros povos (durante a escravidão no Egito) que evidentemente adoram os seus próprios deuses: tidos como os distribuidores das chuvas benfazejas e responsáveis pelas abundantes colheitas e pela fecundidade dos homens e dos animais. É bem verdade que no Egito e durante o êxodo, Javé revelou-se poderoso na libertação do seu povo, mas agora, na nova situação social e econômica, no novo ambiente – terá mesmo poder para ajudar Israel?
Nós também, ao sairmos das águas do batismo (como os israelitas depois de ter atravessado o mar Vermelho), professamos solenemente a nossa fé. Esta escolha, porém, não foi feita uma vez por todas. Deve ser atualizada permanentemente porque as circunstâncias mudam, e cada nova situação nos propõe novamente as perguntas: “Crês no Cristo Senhor?” “Na tua opinião, qual deles pode te tornar feliz”?
Josué, antes de pedir ao povo para servir só a Javé proclama, diante de todos, a própria decisão (vers.15).

2ª Leitura (Efésios 5,21-32)
O trecho de hoje trata das relações marido-mulher e começa estabelecendo um princípio fundamental que deve presidir todas as atitudes dos membros de uma família cristã. O exemplo proposto é o de Cristo, que não veio para ser servido, mas sim para servir (Mateus 20,28).
Após ter lembrado essa norma, Paulo faz algumas aplicações práticas para a vida familiar. Ensina, sobretudo às mulheres (vers.22-23). Certamente não agrada que Paulo tenha começado a dar esses conselhos justamente às mulheres que, talvez, sejam as que menos deles necessitam!
Nos versículos seguintes (vers.25-33), começam as recomendações para os maridos. Eles precisam muito de uma chamada assim pois, em geral, fazem o que bem entendem e até ameaçam suas mulheres com agressões físicas.
É verdade que Paulo não usa para os maridos o mesmo termo “sede submissos”, mas usa outro que quer dizer exatamente a mesma coisa. Ensina que eles “devem amar” e – bem o sabemos – não se pode amar de fato se não se está a serviço do outro.
As mulheres deveriam sentir-se felizes com aquilo que Paulo ensina. Se é verdade que “aqueles que ocupam os primeiros lugares, devem ser os primeiros a servir” (Mateus 10,41-45), então elas devem ter todo interesse em deixar para os maridos o primeiro lugar, que é o de maior serviço.