5º Domingo da Páscoa
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Leituras iniciais do Quinto Domingo da Páscoa

1ª Leitura (Atos dos Apóstolos 9,26-31)
Três anos depois de sua conversão a Cristo, Paulo decide empreender uma viagem a Jerusalém. Quer encontrar-se com Pedro e conhecer aquela comunidade que anteriormente ele tinha perseguido cruelmente. Todos sabem que ele mudou completamente a sua vida, entretanto, ainda existe muita desconfiança e, antes de acolhê-lo, é bom verificar com cuidado a firmeza de sua decisão. Nesse ponto intervém Barnabé, um discípulo conhecido e estimado por todos pela sua generosidade e pela sua dedicação à causa do Evangelho. Ele conhece muito bem Paulo, sabe que é um grande conhecedor da Bíblia e que pode ser muito valioso para a propagação do Evangelho. Toma-o consigo e o apresenta à comunidade.
O ensinamento principal dessa passagem é o seguinte: Paulo, o grande missionário que anunciou o Evangelho pelo mundo inteiro, não trabalhou sozinho, não viveu à margem da comunidade, mas procurou de todas as formas entrar em comunhão com os irmãos de fé e não desanimou diante da desconfiança e suspeitas deles.
Essa situação não deve causar-nos espanto. A Igreja é composta por homens que têm muito boas qualidades, mas também defeitos. Não obstante tudo, não podemos, por motivo algum, renunciar à unidade.
Para seguir a Cristo, todos nós somos chamados a abandonar certos hábitos, certas práticas “pagãs” e a nossa escolha nem sempre é julgada de maneira favorável pelos amigos, pelos colegas, e até pelos nossos familiares.

2ª Leitura (1João 3,18-24)
Em alguns momentos da nossa vida, em nosso íntimo, pode surgir a dúvida: sinto-me unido a Cristo ou não? Sou um ramo cheio de seiva ou estou seco e separado do tronco? Existe dentro de mim a vida divina?
Na leitura deste dia é-nos dado um sinal inequívoco para verificar a presença ou não do Espírito em nós: as obras do amor. Se a água de um poço não se esgota, é sinal que no fundo existe uma nascente abundante que o alimenta. Se ao invés disso está vazio, ninguém acredita que exista a nascente. As palavras não são suficientes para convencer. É necessário que o anúncio de que Cristo ressuscitou seja acompanhado pelos sinais de uma nova vida, produzida pelo seu Espírito.
Ao analisarmos com sinceridade as nossas ações, somos obrigados a admitir que cometemos muitos erros. Damo-nos conta de que de determinados defeitos e de certos hábitos dificilmente conseguiremos livrar-nos e, por isso nós nos sentimos impelidos ao desânimo, pensando que Deus nos rejeita e que não quer mais nada conosco e que um dia nos condenará, como o nosso coração já decidiu.
João transmite-nos uma palavra de consolo: se amarmos de fato os irmãos, não devemos temer pelas nossas misérias e tampouco pelo julgamento severo do “nosso coração”. Seja qual for o motivo pela qual nosso coração nos recrimina, nós podemos tranquilizá-lo, pois “Deus é mais poderoso do que a nossa consciência” (vers.20).