Jesus Cristo: pobre por nós
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Na segunda carta aos Corintos, São Paulo Apóstolo dirige à comunidade, se referindo a Jesus dizendo: “Vós conheceis a bondade de nosso Senhor Jesus Cristo. Sendo rico, se fez pobre por vós, afim de se enriquecer por sua pobreza.” (2Cor.8, 9). Isso demostra que Jesus Cristo assume a nossa humidade, menos no pecado, para demostrar a solidariedade com o homem, vivendo junto com o povo os mesmos dramas e angustias, prova disso são as curas que Jesus fez, para libertar o povo das moléstias que os incomodavam.

Há pouco mais de dois anos, vivíamos em enormes incertezas e aflições, trazidas pela grande enfermidade que foi a pandemia. As consequências do COVID 19 foram nefastas não somente na área da saúde, mas o recuo financeiro e econômico mundial, faz com que estejamos pagando a conta até hoje e, com isso, o aumento do número da pobreza, ocasionada pelo desemprego e suas consequências. Se não bastasse isso, ainda temos a dor e a tristeza de famílias que até hoje choram a perda de amigos e familiares. Isso foi uma dura e violenta alteração no curso de nossas vidas.

O conceito de pobres vai muito além dos que vivem em condições desumanas e indignas. A pobreza muitas vezes está nos mais ricos, que mesmo com tanto dinheiro, são tão pobres quanto os mais necessitados, pois lhes falta o sentido da vida e, com isso, aquilo que os poderiam completar se olhassem para a cruz e lá encontrassem o maior de todos os tesouros. Assim, ser pobre não está relacionado com a falta de riquezas, mas nas relações sociais do cotidiano, pois não se pode fechar no absolutismo financeiro e esquecer do olhar fraterno ao irmão. O apego material impede de ver a realidade que há em nossa volta, impedindo de reconhecer as necessidades, que muitas vezes não são apenas materiais, dos irmãos ao nosso redor.

Não é preciso ter um comportamento assistencialista ou mesmo um ativismo político e ideológico para com os pobres, não são essas práticas que irão o salvar, mas a prática de um olhar de compaixão que sente e percebe a real necessidade dos que passam por dificuldades.

Jesus sendo rico se fez pobre, essa é a pobreza que se transforma em graça e que, nos conduz ao caminho do céu. A verdadeira riqueza não consiste em acumular riquezas nesta terra, mas sim guardar tesouros no Reino do Céus. A prática da caridade consiste em colocar em execução o amor de Deus aos que passam por dificuldades e assim, esperam por ajuda, que ao contrário do que muitos pensam, não são só materiais, mas sim humanas e fraternas ações. Na pobreza de Jesus, nos tornamos ricos.

A riqueza de Jesus é o amor, que não exclui ninguém, pelo contrário, vai ao encontro do fragilizado e machucado pela perversidade do mundo e por amor, Jesus Cristo se fez pão para a humanidade. Para edificarmos uma sociedade mais digna, é precisa se encher da pobreza de Cristo partilhando o amor e a vida e repartindo o pão da existência com os irmãos e irmãs.