28º Domingo do Tempo Comum
Coluna organizada por Nilo Pereira, segundo a exegese do Pe. Fernando Armellini, scj
1ª Leitura (Isaias 25,6-10a)
Talvez passe pela nossa cabeça que as reações de comer e beber nada tenham a ver com a religião. Jesus é apresentado com frequência sentado à mesa: começa sua vida pública participando de um banquete de núpcias e termina com uma ceia. Sabe-se lá por que a religião foi transformada em algo triste, quando a Bíblia sempre fala em festas!
A leitura de hoje conta que Deus, num determinado tempo, vai organizar um banquete.
Antigamente somente os reis podiam se permitir grandes banquetes, que eram extraordinariamente suntuosos, durante os quais se festejava algum acontecimento ou alguma vitória sobre os inimigos.
Deus – afirma o profeta – é como um grande soberano que conseguiu uma retumbante vitória e quer comemorá-la com uma festa magnífica, digna de um soberano como ele. Um acontecimento para fazer entrar em órbita a fantasia da gente simples de Israel, acostumada a comer só uma vez por dia.
Quem são os convidados – se perguntam ansiosos os ouvintes. Todos os povos da terra, sem qualquer exclusão – é a resposta.
Qual a vitória será comemorada? Estará presente o inimigo derrotado? A morte será vencida: “O Senhor destruirá a morte para sempre e enxugará as lágrimas de todos os rostos (vers.8). Não se trata da morte física, mas de tudo aquilo que para o homem é morte e derrota. Tudo aquilo que não é “vida” será eliminado. A leitura se encerra com o texto do hino que será cantado em coro por todos os participantes do banquete (vers.9-10).
O profeta está falando claramente dos tempos messiânicos. Com a vinda do Messias qualquer situação de “morte” será transformada. Haverá somente alegria, felicidade. Será a festa, o banquete do Reino.
2ª Leitura (Filipenses 4,12-14.19-20)
Com o trecho de hoje encerra-se a Carta aos Filipenses. São poucas palavras, comoventes que revelam os sentimentos de profunda amizade que prendem Paulo aos cristãos de Filipos. Começa lembrando-lhes as contrariedades, as dificuldades, as privações que teve que suportar por causa do Evangelho.
Já dissemos há três domingos que, quando escreve esta carta, Paulo se encontra na prisão em Éfeso e acabou de receber os presentes mandados por aquelas comunidades. É um homem acostumado à vida dura, às perseguições e à fome, entretanto diante do gesto dos amigos de Filipos, sente-se comovido.
Os que dedicam sua vida à pregação do Evangelho continuam sendo homens sensíveis à ingratidão, como também às manifestações de apreço e amizade. Sobretudo quem renunciou, por amor ao Reino, à formação de uma família própria, sente profundamente esta necessidade de afeto. Se realmente existe apreço à mensagem de salvação por eles anunciada, é obrigação manifestar-lhes gratidão também com gestos concretos.
No fim da carta, Paulo afirma que Deus ama e protege os seus enviados e recompensará com abundância os gestos de generosidade manifestados em relação a eles (vers.19).