Eucaristia não é pãozinho bento
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No catolicismo, nada é mais importante do que a Eucaristia. Esse sacramento é fonte e cume da vida cristã. Todos os demais sacramentos giram em torno dele ou para nos dar acesso a ele. E isso porque os católicos cremos serem o pão e o vinho, devidamente consagrados por um sacerdote ungido no sacramento da Ordem, em um rito litúrgico lícito, verdadeiramente o Corpo e o Sangue do Senhor Jesus.

Ainda na linha de artigo anterior, a Eucaristia também não é apenas um símbolo. Na Santa Ceia, Cristo não disse: “Comam, façam de conta que é o meu corpo”. Jesus foi claro e objetivo: “Tomai e comei: isto É o meu corpo”. O mesmo vale em relação ao sangue. Nessas duas espécies consagradas, vive o Cristo Ressuscitado em corpo e sangue, alma e divindade. É a maneira de estarmos com Cristo antes da vida na eternidade.

Dói na alma perceber quantas pessoas têm uma visão distorcida a respeito da Eucaristia. De forma pueril, encaram-na como uma bolachinha santa, um pãozinho bento que vai dar sorte e fazer a vida ficar perfeita, sem provações, tribulações, tristeza. Há quem queira usar a Eucaristia como anti-depressivo ou ansiolítico: quando não estou bem das emoções, vou à missa para me acalmar…

Uma das causas dessa visão rasteira a respeito da Eucaristia vem da forma com a qual também distorcem ou relativizam a Santa Missa, que é onde se vive o Sacramento da Comunhão com a devida propriedade. Para muitos a Missa é tudo: reunião dos fiéis, festa da comunidade, encontro com os irmãos, partilha da Palavra e da Fé, etc. Tudo, menos o que realmente é: calvário atualizado, sacrifício de Cristo renovado de forma incruenta, mesa que alimenta a alma com comida e bebida santas.

Quem não entende a Missa, não pode entender a Eucaristia. Quem não ama a Missa, não pode dizer que ama a Eucaristia. Quem não percebe que o altar é fonte da salvação, não terá a Eucaristia como alimento para a vida eterna. São muitas as comunhões feitas de forma inconsciente, despreparada e mal feita. As pessoas têm em suas mãos o Senhor do Universo, porém não o veneram, nem o adoram, nem o amam.

As inúmeras páginas da Teologia sobre a Eucaristia, os vários testemunhos dos santos a respeito dela, os diversos milagres eucarísticos que até hoje confundem a cabeça dos que se acham sábios deste mundo, deveriam ser capazes de esclarecer a maioria das pessoas a respeito da importância desse sacramento. Mas aí está a questão: a maioria das pessoas não busca acesso a esse conhecimento sobre as coisas tantas.

E assim a vida vai seguindo, com muita gente comungando todos os dias e com muitas bênçãos de Deus deixando de dar fruto porque parte dos fiéis desconhece o valor e o poder da Eucaristia. Faltam às missas sempre que algum outro compromisso melhor aparece, daí se confessam a cada dois anos ou mais, recebem a Sagrada Comunhão de forma mais errada que certa, etc. Usam uma Ferrari dirigindo a 20 Km/h.

Argumentam: “Mas na festa de Corpus Christi as procissões são uma beleza! Olha que testemunho!”. É verdade, disso não se tira o mérito. Mas é assim no Brasil porque se trata de festividade anual e que cai em feriado. Se fosse bimestral e em dia de semana, “baubau”. Ademais, para muitos honrar a Eucaristia é fazer tapete artesanal bonito para ser pisado na procissão. Mais bonito seria receber a Eucaristia de coração mais convertido.