Todo ano, no mês de setembro, a Igreja no Brasil celebra o Mês da Bíblia, criado há 52 anos como uma forma de contribuir para o desenvolvimento das diversas formas de presença da Bíblia na ação evangelizadora. Neste ano, o texto escolhido para ser estudado e aprofundado é a Carta de São Paulo aos Efésios.

A Carta aos Efésios é um dos livros do Novo Testamento, pertencente à tradição paulina, mas não se situa entre os escritos autênticos do Apóstolo, sendo, portanto, uma carta deuteropaulina, juntamente com a Carta aos Colossenses e a 2ª Carta aos Tessalonicenses. A Carta aos Efésios foi bastante influenciada pela Carta aos Colossenses e traz algumas temáticas próprias das cartas consideradas autênticas de Paulo, denominadas, protopaulinas.

Ela é formada por seis capítulos e estrutura-se em dois grandes blocos. O primeiro traz um conteúdo densamente teológico, sobressaindo os aspectos cristológico e eclesiológico (Ef 1–3), sendo a Igreja o Corpo de Cristo, e Cristo a “cabeça” do corpo eclesial. A segunda parte é parenética, isto é, exorta a comunidade formada pelos(as) batizados(as), tanto oriundos da cultura judaica como da gentílica, a manterem a unidade na diversidade; a agirem eticamente, tendo Cristo como o princípio normativo; a comportarem-se como filhos da luz; a revestirem-se da “nova humanidade” em Cristo, a mudarem as relações familiares e sociais, a serem imitadores de Deus, deixando-se guiar pelo Espírito (Ef 4–6). A carta conclui-se com um convite a prepararem-se para um “combate espiritual” contra todas as potências do mal, contra tudo que contraria o Reino de Deus.

A frase que serve como lema para este Mês da Bíblia – “Vestir-se da nova humanidade” (cf. Ef 4,24) – é extraída de uma exortação, na qual o autor apresenta aos batizados e às batizadas da comunidade de Éfeso o significado de assumir a vida nova que vem da adesão a Cristo e do batismo, sobretudo no contexto não cristão onde eles viviam.

(Texto adaptado de Universo Paulinas)