A ligação de dom José Gaspar com Itu
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Depois de ver a atuação de dom José Gaspar frente à arquidiocese de São Paulo, é interessante notar a sua ligação com Itu.

Entre 1912 e 16, ao viver e estudar no internato do Colégio São Luís, se não frequentava a cidade além dos muros do educandário, o moço José Gaspar fez grande amizade com o colega Afonso Celso de Souza Maurino, a cuja família ele se ligou fortemente inclusive hospedando-se na casa em estadas na cidade, posteriormente.

O vínculo também se estabeleceu no seminário, onde dom José encontrou, de Itu, Paulo Florêncio Camargo, que nomeou para a paróquia do Divino Espírito Santo; José Maria Monteiro, pároco de Itu, que levou para ser o Vigário Geral da Arquidiocese de São Paulo, ambos na condição de monsenhores e outro ituano, Manoel da Silveira D’Elboux que ele mesmo indicou para o episcopado, que foi bispo de Ribeirão Preto e Arcebispo de Curitiba.

Dom José fez a sua primeira visita a Itu como bispo em outubro de 1936, coincidindo a visita pastoral com a festa de Santa Margarida Maria. O Memorial do Apostolado da Oração, na igreja do Bom Jesus ostenta bela foto, tirada na ocasião, quando o bispo aparece rodeado de sacerdotes ituanos. No ano seguinte, em novembro, dom José, como antigo aluno do Colégio São Luís, veio presidir as celebrações do centenário de nascimento do padre Bartolomeu Taddei.

Em 26 de janeiro de 1940, já arcebispo, dom José veio à reinauguração da igreja matriz, completamente reformada, combinando a festa com as celebrações da nomeação de d. Manoel D’Elboux ao episcopado e solenidade da padroeira de Itu, Nossa Senhora Candelária. Voltou à nossa cidade em junho para tratar com os padres da cidade sobre o Congresso Eucarístico que pretendia realizar em 1942.

Em junho de 1941, dom José acompanhou a visita do núncio apostólico Benedeto Aloisi Masella. Nessas visitas, dom José visitava amigos, as igrejas, conventos e comunidades porque mantinha forte vínculo com a cidade.

A última visita oficial à cidade de Itu foi em 20 de setembro de 1941, na celebração dos setenta anos da fundação do Apostolado da Oração. Na ocasião ele falou, no Largo do Bom Jesus para uma multidão de mais de dez mil pessoas! Era um dos grandes eventos regionais preparativos ao sublimado Congresso de 1942.

A notícia da sua morte trágica no Rio de Janeiro foi muito sentida em Itu. A narrativa dos quatro sobreviventes do acidente aéreo de que, ao perceber o que estava acontecendo, dom José deu absolvição geral a todos na aeronave marcou ainda mais os seus admiradores.

Com o seu desaparecimento, a arquidiocese paulistana ficou nas mãos do ituano mons. José Maria Monteiro (1893 – 1952) até que, em 1944, chegou o novo arcebispo, dom Carlos Carmelo Vasconcelos Mota.

O período de atuação de dom José Gaspar foi um tempo de intensa atividade religiosa, de fortalecimento do Catolicismo, cujas marcas merecem ser estudadas e melhora avaliadas na história da Igreja no Brasil.