Diác. Edson Moura
Capelania Militar – Igreja São Luís Gonzaga – Quartel de Itu

“Em vosso caminho, anunciai: O Reino dos Céus está próximo.”

Evangelho (Mt 10,1-7)

Amados e queridos irmãos em Cristo Jesus, nos próximos três domingos consecutivos penetramos nas parábolas do Reino, contadas por Jesus Cristo no capítulo 13; neste final de semana a primeira delas é a parábola do semeador, a qual dividiremos em três partes:

A primeira parte narra a parábola, a segunda parte algumas palavras de Jesus e a terceira parte a explicação da parábola.

Na primeira parte olhamos para a figura daquele que está semeando e imaginamos não ter muita experiência pois perde tempo com terrenos nada propícios para o plantio, que Jesus sempre usa do cotidiano da vida dos judeus, no caso a agricultura para explicar coisas referentes ao Reino, e na cultura judaica no tempo de Jesus sempre primeiro se joga as sementes para depois passar o arado e preparar o terreno que depois dará muitos frutos. Imaginemos Jesus que foi perseguido por anunciar o Reino e jogou as sementes e em vários corações (terrenos), parece que toda a sua pregação foi vã, mas através desta parábola Jesus da uma resposta aos discípulos desanimados e também a nós para continuarmos firmes no anúncio e vivência dos valores do Evangelho anunciado, que num primeiro momento parece fracassado, mas depois fomentou toda humanidade.

Na segunda parte Jesus fala em parábolas ou comparações para o povo, e parece no entanto que Ele não queira que os seus ouvintes se convertam, mas vale lembrar que os ouvintes não ouviram os profetas no Antigo Testamento, no tempo de Isaías o povo tapava os ouvidos para não escutar a Palavra de Deus e por isso não se convertia conforme narra o Evangelho, o recurso das parábolas usado por Jesus obriga os seus ouvintes a sair do comodismo, a tentarem entender o sentido nelas escondido, a refletir, a pensar em si e nos outros e a converter-se. Assim também devemos fazer em nossas comunidades, trocar as palavras difíceis pelo cotidiano do dia a dia para explicar o amor e o Reino de Deus, particularmente para as crianças e os mais jovens, pedindo ao Espírito Santo que nos ensine e nos inspire a seguir o exemplo de Jesus e dos Apóstolos.

Na terceira parte a explicação da parábola, nos ensina que os frutos dependem do terreno e não da semente e também de quem semeia, nos exorta a ter confiança e a viver e pregar com a vida e as palavras, nesta ordem, os valores do Evangelho que está acontecendo e se concretizará no tempo determinado por Deus. Não devemos cair na tentação de analisar o terreno do coração dos outros, pois teremos a tendência de pensar que nossos corações são sempre mais férteis e preparados para a palavra de Deus, fato é que seria mais fácil pensar que os nossos corações (terrenos) são os quatro tipos de lugares onde foram caindo as sementes da palavra de Deus e foi transformando e continuará transformando até darmos a proporção de frutos que narra o Evangelho, que parece num primeiro momento um exagero que uma semente de frutos, um por cem, um por sessenta e um por trinta, este exagero é proposital até mesmo legítimo, pois onde a palavra de Deus encontra terreno fértil, ela sempre dará frutos em abundância e frutos de conversões.

Deus nos abençoe.