11º Domingo do Tempo Comum – Leituras Iniciais
Coluna organizada por Nilo Pereira, segundo a exegese do Pe. Fernando Armellini
1ª Leitura (Êxodo 19,2-6a)
Após a libertação no Egito, os israelenses caminharam no deserto e chegaram no Monte Sinai. Ali o Senhor fez com eles uma aliança. Fazer uma aliança é como assinar um contrato, ou seja, concordar e prometer ser fiel a um compromisso assumido livremente diante de testemunhas.
A leitura de hoje nos relata as palavras com as quais Deus propõe aos israelitas que façam uma aliança com ele. Para convencê-los, lembra antes de tudo, o que fez por eles no passado (vers.4). Em seguida continua propondo a aliança, relacionando as condições e fazendo as promessas: “Se quiserdes escutar a minha voz, se fordes fiéis à minha aliança, vós sereis o meu povo e eu os protegerei em qualquer situação, sereis para mim um reino de sacerdotes e uma nação santa” (vers.5-6).
Israel era “santo”, isto é, separado de outros povos por estar reservado ao seu Deus. Isto, porém, não significa que devia permanecer isolado, mas sim “ser diferente dos pagãos” por sua vida religiosa e moral. Seria também um povo de sacerdotes, porque cada membro teria dedicado sua vida ao serviço do Senhor.
Estas últimas palavras nos interessam sobremaneira porque estão ligadas ao Evangelho de hoje, que nos falará do início deste novo povo com o chamado e o envio dos doze apóstolos.
2ª Leitura (Romanos 5,6-11)
Paulo já nos falou da “justificação” (Rom. 3,21-24) e para explicar o seu significado foi apresentado o exemplo de um poço que antes fornece água contaminada e depois é recuperado pela intervenção de um engenheiro competente.
Ao escrever aquele comentário, pensava na questão que muitos poderiam apresentar: “Se fomos justificados, por que o nosso poço continua dando água contaminada?” Diante dos muitos pecados que também depois do batismo cometemos, talvez tenhamos pensado que alguma coisa não está caminhando bem: ou a justificação não aconteceu ou o Senhor nos abandonou, e então a nossa esperança de salvação não possui fundamento sólido.
Na leitura de hoje Paulo nos responde: a nossa esperança não sofrerá desilusão porque não está fundada nas nossas boas obras, na nossa capacidade, na nossa fidelidade, mas no amor infalível de Deus (vers.6). Quando Ele começa a obra da salvação, não a suspende na metade, não lhe faltam as forças, e a conduz sempre a bom termo.
E se o homem se “agarrar” ao seu pecado? Pode acontecer, mas é justamente da obstinação do pecado que Deus prometeu nos libertar. Por que teria, então, dado início à Sua obra de libertação?
O amor de Deus, diz Paulo, não é fraco, inseguro como o dos homens. Quando os homens estavam longe dele, de fato Ele lhes deu seu próprio filho.
Se Deus nos amou quando éramos seus inimigos, muito mais nos amará agora, depois que fomos “justificados”. Os nossos pecados não conseguirão jamais derrotar o seu amor. Ainda que nós o abandonemos, ele jamais nos abandonará.