Coitados dos Sacramentos…
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Sobre a importância e o significado dos Sacramentos na vida da Igreja Católica, não faltam fontes. Fundamentados na Sagrada Escritura, teologizados pela Sagrada Tradição e ensinados pelo Sagrado Magistério, eles são explicados didaticamente de diversas formas. O Catecismo lhes dá a fundamentação teológico-pastoral necessária para o cotidiano da vida de Fé. O Código de Direito Canônico regula, em forma de lei, as normas de tudo quanto lhes diz respeito.

Não é difícil entender os Sacramentos, mas é preciso ter: mente aberta, coração sincero e alma orante. Qualquer criança consegue entender quando explicamos que eles são a forma pela qual Jesus permanece vivo e presente no meio de nós, mesmo após seu retorno à direita do Pai, no dia de sua Ascensão. Cada sacramento deve ser enxergado como uma prova concreta do Amor de Cristo. O Fundador não apenas nos deixou a sua Igreja, não apenas nos chamou a fazer parte dela, mas permanece junto com ela.

Quanta beleza em imaginar o tamanho do Amor de Deus por nós quando se deu ao trabalho de pensar em nos dar os Sacramentos! Somente alguém que ama muito cria meios de não se apartar nunca dos seus amados. Deus é Amor. Deus é infinito em seu poder, onipotente. Só Deus pode, com a força de sua Palavra, fazer-se presente através de meros elementos (água, óleo, vinho, etc.) para nos acompanhar em todas as etapas da vida terrena.

No outro lado da moeda, dói verificar o tamanho descaso de tantas pessoas em relação aos Sacramentos! Só mesmo alguém com pouquíssima Fé os encara como meras convenções sociais ou amuletos supersticiosos. Até mesmo entre os ditos evangelizados falta corresponder, em tamanho, número e grau, ao Amor de Cristo presente nos Sacramentos. De fato, é esperar colheita de figos em meio aos abrolhos, que gente sem vida espiritual entenda profundamente a verdade da prática sacramental.

Coitados dos Sacramentos… Coitado de Cristo, presente em cada um deles… Como se não lhe bastassem os sofrimentos do Calvário, Jesus é ofendido e desprezado diariamente também nos Sacramentos. O Crucificado é insultado por batizados que não vivem os mandamentos; por confirmados que não aderem de verdade à Igreja; por gente que não se confessa com sinceridade; pelos que comungam sacrilegamente; pelos que não vivem o matrimônio com fidelidade; pelos que não vivem a vocação religiosa com renúncia, sacrifício e entrega; pelos que os tratam como crendice na hora da doença e da morte.

Os Sacramentos são a alma da Igreja, pois são o próprio Cristo em nosso meio. Portanto, aqueles que os desprezam ou desrespeitam, o fazem a Jesus mesmo. É um drama este tempo em que vivemos, baseado no materialismo que atrapalha a vida espiritual. É triste ver até mesmo alguns ministros ordenados da Igreja mais preocupados com outras coisas do que com os Sacramentos. É doloroso ver um rebanho, tão necessitado de alimento, passar fome voluntariamente, diante de cochos transbordantes da graça divina, porque não reconhece a comida que lhe é oferecida, diuturnamente, com Amor.

Amém.