Campanha da Fraternidade 2023:  “Dai-lhes vós mesmos de comer” (Mt 14,16)
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Em 2023, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) promove a 59ª edição nacional da Campanha da Fraternidade, pondo em evidência o tema “Fraternidade e fome”, com o lema “Dai-lhes vós mesmos de comer” (Mt 14,16). Com o intuito de sensibilizar a sociedade e a Igreja para enfrentar o flagelo da fome por meio de compromissos que transformem essa situação à luz do Evangelho de Jesus Cristo, a CF ergue pela terceira vez sua voz, chamando nossa atenção para a assustadora realidade da carência de alimentação vivida por uma multidão de irmãos e irmãs, e nos provoca a encontrar respostas criativas para a superação desse cenário. “É tempo de cuidar de quem tem fome”, diz o padre Patriky Samuel Batista é subsecretário adjunto geral da CNBB.
“Nós cristãos, que temos fome de Deus, somos convidados a refletir sobre o tema da fome”, diz dom Joel Portella Amado, bispo auxiliar da arquidiocese do Rio de Janeiro (RJ) e secretário-geral da CNBB. Segundo dom Joel, a CF 2023 convida-nos a pensar, no espírito quaresmal: “Por que muitas pessoas na face da terra experimentam o flagelo da fome? Não aquela fome que todos nós temos, presente do Criador, um instinto de sobrevivência para que nosso corpo se mantenha. Mas a fome enquanto incapacidade de milhões e milhões de pessoas de terem acesso ao mínimo necessário para se alimentar”.
Dom Joel lembra também da forte ligação entre a Campanha da Fraternidade e a Quaresma: “A Quaresma dá o tom à Campanha da Fraternidade. A Campanha da Fraternidade ajuda a viver a Quaresma. E essa conexão entre as duas está no enfrentamento e na superação do pecado. A Campanha da Fraternidade mostra uma situação que é consequência do pecado, e a Quaresma é o convite para vencer esse pecado e superar essa situação”, diz Dom Joel.
O cartaz
A arte escolhida como identidade visual da CF 2023 foi produzida por Luiz Lopes Jr., de Brasília (DF), que explica o significado de sua criação:
“Vemos no cartaz o mapa do Brasil, país considerado o celeiro do mundo, mas que carrega uma grande contradição: a fome é real e atinge hoje cerca de 33,1 milhões de brasileiros. Em destaque contemplamos as mãos que repartem e dão vida à solidariedade guiada pela fé. O arroz e o feijão, alimento do povo, passam pelas mãos de homens e mulheres que sabem que a solução do problema da miséria e da fome não está somente nos recursos financeiros, mas na vida fraterna. Ninguém deve sofrer com a fome quando realmente vivemos como irmãos e irmãs. Eis o convite: ‘Dai-lhes vós mesmos de comer’ (Mt 14,16).”