Pe. Adriano Francisco da Silva

“Não importa como o presépio é montado, o que importa é que ele fale com as nossas vidas”. Esta é uma frase do nosso estimado Papa Francisco sobre o presépio. “É como um evangelho vivo”, a premissa de uma bela tradição a ser apoiada e realizada na família, no local de trabalho, nas escolas, hospitais, prisões, praças. Não podemos nos deixar iludir pela riqueza e por tantas propostas efêmeras de felicidade.

Fazer o presépio em família é reafirmar qual é o principio da nossa fé. O presépio nos faz ver, nos faz tocar este evento único e extraordinário que mudou o curso da historia, e a partir do qual mudou o contagem dos anos como antes e depois de Cristo.

Na noite de 1223 quando São Francisco monta o primeiro presépio da historia, realiza uma grande obra de evangelização, que consiste em repropor a beleza da nossa fé com simplicidade. O presépio desperta tanta admiração e nos comove porque é capaz de manifestar a ternura de Deus, o criador do universo que se rebaixa até a nossa pequenez.

De origem franciscana, o presépio é um convite a sentir, a tocar a pobreza que o Filho de Deus escolheu para si mesmo na sua Encarnação. É uma chamada a segui-lo no caminho da humildade, da pobreza e do esvaziamento de si, que conduz da manjedoura de Belém à Cruz. É um chamado a encontrá-lo e servi-lo com misericórdia em nossos irmãos e irmãs mais necessitados.

Mesmo quando a noite rodeia a nossa vida, «Deus não nos deixa abandonados, mas está presente para responder às questões decisivas sobre o sentido da nossa existência: quem sou eu? De onde eu venho? Por que eu nasci neste tempo? Por que eu amo? Por que eu sofro? Por que eu vou morrer?” É assim que nós podemos ver e meditar os vários sinais do presépio, principalmente se é montado, vivido e rezado em família.

Para dar uma resposta a estas perguntas, Deus se fez homem – explica o Papa Francisco: “A sua proximidade traz luz onde há trevas e ilumina quantos atravessam as trevas do sofrimento”. Jesus é a novidade no meio de um mundo velho.

Jesus nasceu pobre, levou uma vida simples para nos ensinar a compreender o essencial e a viver por ele. Do presépio, portanto, emerge claramente a mensagem de que não podemos nos deixar iludir pela riqueza e por tantas propostas efêmeras.

Maria e José: juntamente com o Menino Jesus, são o centro do presépio, guardado na gruta. Maria é a mãe que contempla o seu filho e o mostra a quantos vêm visitá-lo, é a Mãe de Deus que não guarda o seu Filho só para si, mas pede a todos que obedeçam à sua palavra e a ponham em prática. Ao lado dela está São José, “o zelador que não se cansa de proteger sua família”, diz o Papa Francisco.

Que o Natal do Senhor ilumine a todas as nossas famílias. Um Santo Natal a todos!