“O Senhor está próximo: vinde adoremos”. Com essa invocação a liturgia nos convida a aproximar da gruta de Belém onde se realizou o maior de todos os evento que mudou a humanidade: o nascimento do Messias Jesus Cristo.
Na noite de Natal somos chamados a nos deter ao esplendor do presépio e contemplar o Verbo Divino que se fez homem e habitou entre nós. Perante o presépio renovamos nossos corações, pois o criador do universo veio, por amor, habitar entre nós na plenitude da revelação que é Jesus Cristo. Assim, no Natal revivemos a realização sublime da graça e misericórdia de Deus.

São Paulo Apóstolo nos diz: “ Mas, quando chegou a plenitude do tempo, Deus enviou o “Seu Filho”, nascido de uma mulher sob o domínio da Lei, para resgatar os que se encontravam sob o domínio da Lei, a fim de receber a adoção divina de Filhos.” ( Gl 4,4-5). Há muitos séculos o povo eleito aguardava o Messias, mas o imaginava como um chefe poderoso que o libertaria da opressão dos estrangeiros.

E o que vemos? O Salvador do Mundo nasce no silêncio e na pobreza extrema. Veio como Luz que ilumina cada homem.

A liturgia do Advento nos exorta a sermos sóbrios e vigilantes para não deixarmos que as preocupações deste mundo nos desviem do verdadeiro foco do Natal, que é o nascimento do Salvador dos homens. Aguardamos a vinda do sol que iluminará para sempre as trevas do pecado.

Nessa moderna e conturbada sociedade, nos cabe uma pergunta: há espaço para a espera do Salvador? Aparentemente muitos dividem os espaços com Deus, relegando-o a um pequeno lugar e dando grande destaque para as seduções e prazeres do mundo. Temos também que considerar as angustias e preocupações do cotidiano, que se apresentam como obstáculos para não adorarmos o Senhor com o devido valor e espaço em nossas vidas.

Contudo neste tempo de Advento devemos pedir a Deus, que renove em nossos corações a esperança da salvação, que vem única e exclusivamente do Cristo e, assim, possamos renovar nossa vida no caminho da salvação e reconhecer Jesus Cristo como o messias, o filho do Deus vivo, a plenitude da revelação de Deus para a humanidade.

Jesus nascendo na pobreza, nos traz a alegria e a paz, as únicas que podem nos acalentar e reconstruir a esperança.
Mas como devemos nos preparar e abrir nossos corações para a vinda do Senhor? Apenas uma única ação nos é recomendada pela Igreja, nesse tempo de espera: a oração. Devemos nos colocar em oração como José e Maria, a espera de ambos foi uma grande oração, pois o salvador do mundo estava para nascer pelo ventre de Maria.

Devemos nos recobrir das vestes sem manchas do pecado para que nossos corações se tornem uma manjedoura na noite de Natal.

Na noite gloriosa, ao nascer em nossos corações, não nos encontre o Menino Jesus distraídos ou comprometidos em embelezar a casa, a ceia de Natal e com os presentes. Que nosso coração seja uma habitação digna para acolher o amor, a misericórdia e a fé.

Que José e Maria nos ajudem a compreender esse grande mistério que é o Natal. Desde já, um bom Natal.