Finados: celebração da vida e do amor de Deus
Embora o nome desse dia refira-se àqueles “que tiveram um fim”, o dia de Finados é, para os cristãos, um dia de celebrar a vida e o grande amor de Deus por todos os homens. Ao lembrarmos de nossos entes queridos que já faleceram, fazemos a memória de sua história neste mundo e pedimos a Deus que os acolha em sua Misericórdia.
Desde o começo da Igreja já havia o costume de se celebrar e rezar pelos mortos, recomendando-os à misericórdia de Deus, explica o missionário redentorista padre Inácio Medeiros. Mas no começo não havia um dia especialmente dedicado aos mortos. “Encontramos referência ao dia dos mortos a partir do século VII, mas em datas variadas, dependendo de cada região. Somente por volta do século XI é que começou a ser celebrado no dia 2 de novembro”, detalha padre Inácio.
Ele salienta que o principal significado desse dia é celebrar a vida e não a morte. “Celebramos a comunhão dos santos e a nossa caminhada como Igreja, seja na união com os que estão ainda nesta vida, como com os que já faleceram. Celebramos a certeza da ressurreição de Cristo e, se com ele vivemos, também com ele ressuscitaremos. A partir da morte e ressurreição de Jesus, os cristãos passam a ter a certeza na vida eterna e que a morte é apenas uma passagem, é uma separação apenas parcial e limitada.”
Para o missionário redentorista padre Anísio Tavares, no Dia dos Fiéis Defuntos – como também é chamada a data – celebra-se a vida que é transformada pelo amor misericordioso de Deus. “A celebração leva a compreender o amor de Deus por todos. São filhos e filhas amados, criados segundo a sua imagem e semelhança. Foi por amor e para o amor que Ele deu o dom da vida. Viver bem e em plenitude é o desejo que o Criador tem para todos e cada um de nós.”
Segundo o missionário, a realidade da morte, no entanto, vem nos fazer olhar além do imediatismo do dia a dia, para ver que o amor de Deus é ainda maior do que se pensa. “Vida e morte são dois grandes mistérios que ultrapassam nossa compreensão. O nascimento e o falecimento nos levam a fazer as três perguntas: De onde viemos? Onde estamos? Para onde vamos? Pela fé, cremos que a primeira e a última questão têm uma única resposta. Nossa origem e nosso destino é o coração de Deus. Nele, temos a plenitude da vida”, explica.
De acordo com padre Anísio, saber onde se está faz lembrar que a vida deve ser vivida com intensidade, pois há uma origem e um fim sublimes. “Aprendemos, pois, que a eternidade já começa aqui e agora! Cada um tem um tempo de vida. Não cabe a nós dizer que certa pessoa viveu muito ou viveu pouco. A vida não se mede pela quantidade dos anos, mas pela capacidade de amar, perdoar e se doar.”
Ele aponta que se deve rezar pelos irmãos e irmãs que partiram. “Façamos memória agradecida por tudo de bom que eles significaram para nós. Assim, a dor da saudade vai cedendo lugar ao verdadeiro amor, que nos faz ofertar a vida de cada um deles ao Senhor. Que o amor infinito de Deus nos conforte e nos dê força para vivemos na alegria do Evangelho, firmes na esperança da ressurreição”, conclui.
(Fonte: Portal A12)