31º Domingo do Tempo Comum – Leituras Iniciais
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Coluna organizada por Nilo Pereira, segundo a exegese do Pe. Fernando Armellini, scj

1ª Leitura (Sabedoria 11,23 – 12,2)

Israel é um povo que se recorda que seus pais foram escravos no Egito, que foram oprimidos, humilhados, submetidos a duros trabalhos; um dia, porém, o Senhor interveio em sua defesa, infligiu duros castigos aos egípcios, destruiu seu exército e precipitou no mar seus cavalos e cavaleiros.

Os israelitas sentem o coração inundado de gratidão para o seu Deus, mas também se fazem algumas perguntas. Por que o Senhor castigou com tanta moderação os egípcios que lhes causaram tantos sofrimentos? Não teria sido melhor se tivesse feito desaparecer da face da terra aquele povo opressor?

A leitura de hoje nos relata a resposta de um sábio israelita que viveu pouco antes do nascimento de Cristo:

1.Os olhos de Deus são diferentes dos nossos; ele é paciente porque é forte, é grande, “pode tudo” (vers.23a).
Deus permite que os homens usem a própria liberdade e não se surpreende com os erros que cometem.

2.O segundo motivo da moderação de Deus em relação aos egípcios é que ele não repara, fecha os olhos aos pecados dos homens para que se arrependam (vers.23b). O que fazemos quando sabemos que alguém levanta calúnias contra nós? Pedimos a Deus que faça justiça ou que o faça pagar?

3.O terceiro motivo é que o Senhor contempla com amor tudo que existe, porque tudo é obra de suas mãos.
Deus não odeia ninguém, ama a todos, sejam bons ou maus, pois foram criados por ele e têm dentro de si coisas muito boas.

4.Como Deus considera as desventuras que se abatem sobre os homens? Alguns os consideram como “castigos de Deus”. A Bíblia também, às vezes usa esta forma. Em verdade, diz a leitura de hoje – para Deus não são castigos, mas remédios (12,1-2).

2ª Leitura (2Tessalonicenses 1,11 – 2,2)

Os cristãos de Tessalônica estão atravessando um período bastante difícil: devem suportar opressões e perseguições, mas o que mais os preocupa é o fato de que, nesta comunidade, infiltraram-se alguns visionários que anunciam como iminente o fim do mundo. Para difundir mais facilmente estas fantasias, estes “pregoeiros” afirmam que Paulo também está de acordo com eles, e como prova, mostram algumas cartas que eles juram ter recebido dele (2,2).

O apóstolo escreve e lhes recomenda muita atenção para não se deixarem iludir por esses “fanáticos” que, ao invés de anunciar o Evangelho, espalham “visões” e “inspirações pessoais”.

Durante certos momentos difíceis em nossos dias, também surgem aqui e ali alguns sonhadores, visionários alucinados que vivem de sonhos. Trata-se de pessoas que querem fugir das dificuldades da vida. Paulo reza incessantemente a Deus para que os tessalonicenses consigam entender onde está a verdade e pede que o Senhor seja glorificado não por meio de conversa inconsequente de gente sonhadora, mas pelo testemunho de amor que os membros da comunidade manifestam.