Papa à Igreja na Ásia: renovar o chamado ao diálogo com outras confissões
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Para os 50 anos de Federação das Conferências Episcopais Asiáticas, Francisco enviou mensagem em vídeo renovando o chamado de Paulo VI feito à Igreja local para trabalhar de maneira mais autêntica junto aos pobres, aos jovens e por um diálogo com os asiáticos de outras denominações religiosas. A Conferência Geral dos bispos começa nesta quarta (12) e termina no dia 30 de outubro com a presença do enviado especial do Papa para a missa de encerramento.

A Conferência Geral da Federação das Conferências Episcopais Asiáticas (FABC) começa nesta quarta-feira (12) no Centro Pastoral da Arquidiocese de Bangkok, na Tailândia, com a participação do Papa Francisco em modalidade virtual. Através de uma mensagem em vídeo em espanhol, o Pontífice recorda a circunstância que motivou a criação da instituição há 50 anos quando o Papa Paulo VI foi à Ásia e “encontrou um continente de grandes massas, formado em grande parte por jovens, e a Ásia era reconhecida como a casa de diferentes culturas e religiões”.

O chamado à autenticidade da Igreja

De fato, em 1970, a visita de Paulo VI a Manila fez com que os bispos asiáticos se reunissem pela primeira vez. Daquele momento nascia a FABC (oficialmente constituída em 1972) com o desejo de reforçar a colegialidade entre eles e a necessidade de definir e articular a Igreja na Ásia no espírito do Concílio Vaticano II. Francisco lembrou em vídeo que os bispos constatavam “que as massas estavam despertando do fatalismo para uma vida digna do homem”, um despertar que também era dos jovens e das sociedades “culturalmente diversas para se tornarem uma verdadeira comunidade de povos”. E o Papa acrescentou:

“Isso significava que a Igreja na Ásia estava sendo chamada a ser de uma forma mais autêntica a Igreja dos pobres, a Igreja dos jovens e uma Igreja em diálogo com companheiros asiáticos de outras confissões.”

A Conferência Geral da FABC

As atividades da Conferência para direcionar a atuação nos próximos anos se estendem até 30 de outubro, dia em que o cardeal Luis Antonio G. Tagle, enviado especial do Papa Francisco, irá presidir a missa de encerramento na catedral de Bangcoc. Um período que deverá ser acompanhado pelo próprio Pontífice ao desejar que o trabalho seja orientado pela “fraternidade e troca de ideias”. E o Papa também deu um conselho:

“É importante que as Conferências Regionais se reúnam com alguma assiduidade. Ao fazê-lo, a Igreja vai sendo formada, vai sendo fortalecida no caminho, e a questão fundamental é: o que o Espírito diz às Igrejas na Ásia? E isso é o que vocês devem responder. Sigam em frente, que os leigos assumam o seu batismo, a sua função como leigos, e respeitem a singularidade de cada um, porque a Igreja universal não é a Igreja uniforme, não, é universal, respeitando a particularidade de cada Igreja.”

Justamente com uma cultura única e rica em diversidade, a Ásia é um continente de identidade e caráter diferentes do Ocidente. A Igreja, procurando compreender os desafios do povo para enfrentá-los da melhor maneira possível, promove a Conferência para refletir sobre as realidades emergentes e como servir e apoiar de maneira eficaz os bispos e as conferências regionais. A jornada de abertura deste 12 de outubro pode ser seguida ao vivo pelo perfil da FABC no YouTube.