28º Domingo do Tempo Comum
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Diác. Edson Moura
Ordinalato Militar do Brasil – Capela do Regimento Deodoro – 2º GAC (Quartel de Itu)

 

“Não foram dez os curados? E os outros nove, onde estão?”

Evangelho (Lc 17,11-19)

A liturgia deste domingo nos mostra, com exemplos concretos, como Deus tem um projeto de salvação para oferecer a todos os homens, sem exceção; reconhecer o dom de Deus, acolhê-lo com amor e gratidão, é a condição.

O Evangelho nos apresenta um grupo de leprosos que se encontram com Jesus e que através de Jesus descobrem a misericórdia e o amor de Deus. Eles representam toda a humanidade, envolvida pela miséria e pelo sofrimento, sobre quem Deus derrama a sua bondade, o seu amor, a sua salvação e espera do homem uma resposta concreta de amor e acolhimento.

Este evangelho é exclusivo de São Lucas e mais uma vez a caminho de Jerusalém, Nosso Senhor, ao encontrar com estes dez leprosos, nos dá uma catequese de como devemos agir em relação as propostas e projetos do Reino de Deus.

A lepra no tempo de Jesus era uma doença como hoje contagiosa e até mesmo perigosa, mas para um judeu do primeiro século ainda era sinal de pecado daqueles que a contraíam, que deveriam se afastar da família, cidade, do povo e do culto pois eram considerados impuros, deviam vestir-se com roupas maltrapilhas, cabeça descoberta e ainda declarar-se impuro em voz alta.

Jesus a caminho de Jerusalém com os Apóstolos, se encontra com dez leprosos no caminho, a distância pedem misericórdia e a cura dos seus males, Jesus cumprindo a Lei Mosaica, manda que vão se apresentar ao sacerdote levita para que sejam reintegrados a sociedade e ao culto. Importante notarmos que o não foram curados na mesma hora, ou sejam pela fé em Jesus, foram e no meio do caminho perceberam estarem curados, portanto vemos que a cura não é um processo mágico de Jesus e sim um caminhar na fé. Dez foram os leprosos curados, mais só um voltou para agradecer e glorificar a Deus pela cura, e este mais uma vez era um samaritano que era odiado pelos judeus e vice versa, se prostrou aos pés, de Jesus e o adorou e glorificou.

Desta situação podemos aprender muitas coisas, vamos a algumas: Jesus mostrou a sua glória a todos os dez, mas somente um estrangeiro reconheceu que Jesus é Deus, pois prostrou-se aos seus pés os outros nove talvez estivessem presos aos “direitos das bênçãos” por serem o povo escolhido e não viram a presença do homem Deus, Jesus Cristo; vimos também que Deus não faz acepção de pessoas seu projeto de salvação é para todos e que com fé podemos perceber isto perfeitamente, também notamos que Jesus está preparando a Igreja Nascente (Apóstolos) como devem agir e reagir.

Neste sentido nos perguntamos como é o nosso proceder em relação aos “leprosos” deste mundo de hoje (os marginalizados, pobres, sem direitos, fragilizados) e como também reagimos com as nossas próprias lepras, temos confiança em Deus e recorremos a Ele em sua misericórdia ou ficamos pelos cantos chorando?

Deus nos convida como o samaritano a dar uma resposta de fé e agradecimento ao seu projeto em nossas vidas, reconhecendo que em Cristo deseja nos salvar e perdoar de nossas “lepras”.