No tempo em que o padre Taddei chegou a Itu (1865), a palavra “jesuíta” trazia significado negativo, herança do tempo do Marquês de Pombal, governante português que expulsara a Companhia de Jesus do Brasil, cem anos antes. Na cultura popular, ficou o conceito de que os jesuítas eram hipócritas e dissimulados. Ao desembarcar no Rio de Janeiro, o padre Taddei foi até agredido.

Esse preconceito, logo desfeito dentre o povo que participava das missões dos padres Taddei e Onorati, permaneceu entre a elite política paulista, geralmente homens de pensamento liberal (alguns maçons), que não viam com bons olhos a criação de um colégio religioso. Foi um ano e meio de lutas para os padres poderem iniciar as aulas que pretendiam, após a série de petições encaminhadas ao governo. Finalmente dois ituanos de coragem conseguiram a desejada licença em São Paulo para a abertura do Colégio São Luís.

Os primeiros alunos foram meninos de Itu e região. A missa de inauguração se deu a 12 de maio de 1867, celebrada pelo padre Taddei na Igreja do Convento Franciscano. Eram 18 os alunos em maio; em julho eram 33 e no final do ano, 60. Crescimento rápido sem professores para tanto. Para piorar, Taddei teve uma crise dos pulmões; temiam ser tuberculose. Ele foi mandado para Florianópolis onde se tratou. Em dezembro retornou completamente restabelecido, pronto para assumir a tarefa de professor, além das missões.

Em 1868, Taddei se tornou ministro do colégio, espécie de administrador interno. Com o aumento do número de alunos, tomou a decisão de levar os maiores para a parte superior da igreja do Bom Jesus, onde ele passou a viver desde então. Propôs ao pároco de Itu o uso das instalações em troca de ser capelão do templo. Uma pequena reforma permitiu que os alunos fossem acomodados em cubículos.

No ano seguinte vieram outros jesuítas e assim o padre Taddei deixou de ser ministro e foi nomeado diretor espiritual de todo o colégio, acumulando as aulas de História Geral e do Brasil. Essas novas incumbências duraram sete anos.

A espiritualidade que transmitia aos alunos era própria dos inacianos à juventude, valorizando a pessoa como parte do plano de Deus, incentivando a oração diária, a comunhão frequente, o cuidado com o corpo, templo do Espírito Santo, e a devoção ao Coração de Jesus.

Em 1872 o edifício novo do colégio ficou pronto, do outro lado da cidade, onde hoje se encontra o exército. As instalações, bem maiores, poderiam abrigar todos os alunos. Determinou-se a retirada dos maiores do Bom Jesus e a entrega da igreja ao pároco. Mas o padre Taddei tudo fez para continuar morando ali, para promover consertos na igreja, bastante deteriorada. Queria continuar o trabalho missionário que iniciara no ano anterior, quando fundara um centro do Apostolado da Oração. Queria criar outros centros e levar o reino do Coração de Jesus para novos lugares além de Itu.