Coletiva de Imprensa: Dom Leomar Brustolin fala sobre a reflexão do tema central durante a 59ª AG DA CNBB
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 “O desafio atual é fortalecer a comunidade cristã numa sociedade em rápida mudança que gera comportamentos inéditos e apresenta problemas éticos totalmente novos. Não há receitas prontas e nem fórmulas universais diante da complexidade e pluralidade dos contextos atuais. O caminho é a sinonalidade, caminhar juntos”.

A frase acima foi dita pelo arcebispo de Santa Maria (RS) e presidente da Comissão do Tema Central da 59ª AG CNBB, dom Leomar Antônio Brustolin, durante a primeira Coletiva de Imprensa, da segunda fase da 59ª Assembleia Geral da CNBB, realizada em 29 de agosto de 2022, às 15h, na sala de imprensa do Centro de Eventos Pe. Vítor Coelho de Almeida.

O tema central  da 59ª Assembleia Geral da CNBB:  “Igreja Sinodal – Comunhão, Participação e Missão” e as propostas e indicações para a elaboração das próximas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE) será aprofundado durante todo o evento, que acontece até sexta-feira, 02 de setembro.

Para dom Leomar, nesse momento, é preciso fazer a escolha de Jesus Cristo, pois o discernimento que vem da escuta é resultado da busca pelo cerne. “Com esse processo de discussão sobre o Tema Central da 59ª AG CNBB, que irá resultar nas próximas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE), a CNBB se preocupa em mostrar a eclesialidade, o senso de pertença e importância de não ser só parte da Igreja, mas, sim, ser Igreja”, ressalta.

Trata-se da continuidade de um processo de escuta que foi iniciado na primeira fase da 59ª AG CNBB, realizada em formato on-line, em abril deste ano, com os 19 regionais da CNBB sobre a atualização das DGAE (2019-2023) à luz do processo do Sínodo 2023 .

Nesta segunda fase, a partir de uma escuta especializada e da síntese das respostas de todos os regionais, colhidas durante a primeira etapa da 59ª AG da CNBB, a Comissão do Tema Central propõe que, durante a Assembleia presencial, “ocorra a continuidade da escuta pastoral em relação às atuais DGAE e, em 2023, seja elaborada a primeira versão das novas DGAEs, que deve levar em consideração o espírito e o processo sinodal, os impactos da pandemia da Covid 19 na vida da Igreja no Brasil – o cenário de ansiedade e de desânimo em muitos leigos e ministros ordenados e as situações sociais, culturais, políticas e econômicas que preocupam os cristãos; e incorporar as indicações do magistério do Papa Francisco e a caminhada pastoral latino-americana”.

“Há o entendimento por parte da comissão do Tema Central de que, para as próximas DGAE tende-se a optar pela manutenção das atuais. Sugere-se esperar os resultados do atual processo sinodal para a elaboração das novas DGAE e aguarde-se a conclusão do Sínodo, permitindo que as Igrejas particulares possam melhor assimilar suas indicações e que a própria CNBB conjugue as suas várias iniciativas pastorais”, afirma dom Leomar.

Dom Leomar reforça também que deve-se dar destaque para os temas: “ministeridade (ministérios laicais reconhecidos e instituídos, tais como catequistas, leitores e acólitos); conselhos que permitem que a Igreja renove suas estruturas para melhor evangelizar; participação do povo de Deus que ajuda na superação para melhor evangelizar; subsidiar a formação de leigos e leigas para escreverem sua liderança nas comunidades; consciência missionária; pacto educativo global; cuidado com a ecologia integral; amizade social e o diálogo ecumênico e inter-religioso”.

Depois da 59ª AG CNBB, se tudo isso for aprovado, não irá sair um documento, mas uma carta à Igreja como instrumento para ampliar a participação das comunidades na parte final da elaboração das DGAEs. “Em seguida, ao longo de 2023, haverá um trabalho, que será realizado após o sínodo, de ir ao cerne, e focar no tripé  liturgia, catequese e caridade; que deve ser apontar o caminho para descobrir como a Igreja pode se tornar mais sinodal”, afirma dom Leomar.

Além de dom Leomar fazem parte da Comissão do Tema Central o bispo de Cajazeiras (PB), dom Francisco de Sales Alencar Batista; o bispo de Cristalândia (TO), dom Wellington Queiroz Vieira; o bispo de Tefé (AM), dom Altevir José da Silva; o padre Abimar Oliveira de Moraes, da PUC-Rio; o subsecretário ajunto de pastoral da CNBB, padre Marcus Barbosa Guimarães, e o padre Tiago de Fraga Gomes, da PUC-RS.

Por Wanuza Wistuba. Foto de capa: Adielson Agrelos