O Batismo Maltratado
Sacramento de iniciação cristã, o Batismo vem sendo maltratado há tempos. No senso comum, para a maioria das pessoas, trata-se de ocasião para fazer festinha em torno dos bebês e preparar um belíssimo álbum de fotografias. Infelizmente, são poucos os fiéis realmente conscientes a seu respeito.
De início, vem a confusão de que o batismo seja um “direito”. Na verdade, é “graça divina”. Por ter as chaves na mão, a Igreja decide quem pode recebê-lo e de que forma. Querer o batismo é pedir formalmente para fazer parte do “corpo místico de Cristo”, que é a Igreja.
Parafraseando o péssimo slogan feminista, “meu corpo, minhas regras”, é a Igreja quem define as regras para quem deseja fazer parte de seu corpo de fiéis.
Quanto aos adultos, é necessário que desejem ser batizados por livre e espontânea vontade, preparando-se bem numa intensa catequese. Também precisam mudar de vida, deixando para trás tudo o que antes do batismo pareceria normal, adequando-se à vida em conformidade com os mandamentos. Depois, o adulto batizado precisa esforçar-se na fidelidade ao batismo que recebeu.
No caso das crianças, os pais que receberam o sacramento do Matrimônio têm o dever de batizar os filhos. Para auxiliá-los, a Igreja pede que escolham um casal de padrinhos. Estes também devem estar em dia com os Sacramentos e praticar realmente a Fé, de modo a dar testemunho e servir de exemplo para a criança. Além disso, é comum nas paróquias o pedido de que pais e padrinhos participem de um “encontro” ou “curso” preparatório, uma vez que a maioria das pessoas precisa ser conscientizada a respeito do sacramento que estão pedindo para os que vão ser batizados.
Aí é que o caldo engrossa. Muitos procuram as secretarias paroquiais, pedindo o batismo, como quem pede pão na padaria. Não demonstram a mínima vontade de participação efetiva na comunidade católica. Ao serem convidados para os encontros, desdenham. Quando escolhem padrinhos incompatíveis, reclamam. Querem o batismo na Igreja Católica, mas exigem que tudo seja de acordo com as próprias regras e conveniências: data, hora, local, celebrante, etc.
Infelizmente a maioria pensa em tudo (roupinha da criança, fotógrafo, cinegrafista, lembrancinhas, festinha, etc.) menos no mais importante: a preparação espiritual. Não é incomum ver que pais e padrinhos sequer se confessam e comungam na missa em que os filhos e afilhados serão batizados. O que era para ser um grande momento de Fé em Família, acaba se tornando um mero evento.
Ser batizado é aderir aos preceitos deixados por Cristo. Fazer parte de sua Igreja é seguir seus mandamentos. Nosso Catecismo afirma que, a partir do batismo, a pessoa deixa de ser dona de sua própria vida, pois tudo será entregue nas mãos de Deus. Já não fará mais tudo o que quer, mas sobretudo a vontade do Pai. Que uma criança não entenda isso na tenra idade, compreende-se. O que não se entende é tanta confusão feita pelos adultos na hora de testemunhar a vivência concreta do Batismo que receberam.
Amém.