Pe. Angelo Castellini
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Em 1925 a Companhia de Jesus criou a Vice Província do Brasil Central, com sede no Rio de Janeiro, encerrando as atividades da Missão Romana dos Jesuítas no Brasil. Ao mesmo tempo criou a Vice Província do Brasil Meridional, com sede em Porto Alegre e acabou a Missão Alemã dos Jesuítas. O último passo da autonomia administrativa dos jesuítas no Brasil foi a criação da Vice Província do Brasil Setentrional, em 1935, com sede em Salvador (BA), pondo fim à Missão Portuguesa iniciada em 1910 com a criação do Colégio Antonio Vieira naquela capital. Como se vê, estamos chegando ao fim das matérias sobre a Missão Romana em Itu, afinal um dos últimos passos no tempo da administração italiana foi a remoção do Colégio São Luís de Itu para São Paulo, em janeiro de 1918. Os quatro últimos missionários europeus a chegarem a Itu vieram entre 1914 e 1916. Em outro momento vamos nos ocupar dos religiosos que viveram à igreja do Bom Jesus e que ainda não foram tratados.
Angelo Castellini nasceu em Caselle Lurani, Província de Lodi, na região da Lombardia a 24 de fevereiro de 1884. Quando contava vinte e um anos ingressou no seminário da Companhia de Jesus na província Veneta. Terminada sua formação regular, em 1914, veio a Itu para o magistério no Colégio São Luís. A escolha pelo Brasil o fez envolver-se com a Missão Romana. Esteve por dois anos como prefeito dos alunos, colaborando na disciplina dos estudantes.
Criado um colégio pontifício dos jesuítas em Buenos Aires, com curso de Teologia Moral, que não existia ainda no Brasil, Castellini foi transferido para lá, em 1917, concluindo os estudos três anos depois. Parece que foi o primeiro de muitos jesuítas alocados no Brasil a concluir a formação na Argentina. Em 1918 foi ordenado sacerdote.
Castellini ainda esteve em Buenos Aires, colaborando na administração do colégio em que estudou e no Colégio São Luís, em Mendonza, como prefeito espiritual dos alunos até 1926.
Ao retornar ao Brasil o padre Angelo já encontrou a Vice Província do Brasil Central com o Colégio São Luís, outrora ituano, em São Paulo, onde foi viver e se tornou prefeito espiritual da igreja e confessor dos alunos. Na imagem que ilustra a matéria se vê a fachada do colégio na Av. Paulista.
Padre Angelo, aos quarenta e quatro anos contraiu tuberculose, precisando ser afastado do convívio dos alunos para tratamento médico. Foi alocado à residência de Itu, mas pouco viveu e colaborou nesta casa, residindo em Itaici. A enfermidade o enfraqueceu de tal forma que faleceu na igreja do Bom Jesus no dia 01 de dezembro de 1932, aos quarenta e oito anos. Os movimentos religiosos da comunidade cuidaram do sepultamento. Após o ofício fúnebre, seus despojos foram conduzidos ao cemitério municipal. Era o primeiro dia segundo dia solene novena da Imaculada Conceição, padroeira das Congregações Marianas, celebrado de maneira triste.

Luís Roberto de Francisco
Biblioteca Histórica
“Padre Luiz D’Elboux”